31.5.05

Para a minha amiga Cristina

Foto da Cristina

O blog da Cristina nasceu faz hoje um ano. O Objectiva 3 floriu com os jacarandás, uma das suas paixões, rara na beleza, com o mate único que sempre tonaliza os sabores e as cores sazonais.

Assim é a Cristina, um fruto especial, caro nas relações que estabelece (eu sou uma das privilegiadas), que floresce apenas em solos que considera sagrados, fertéis em bons sentimentos e carácter. Ela só semeia onde quer, mesmo sem saber se há-de colher. O acto da sementeira por si só é o prazer que deposita em cada momento da sua existência. Porque a Cristina acima de tudo existe! Um telefonema, um filme, uma loja, um artigo de opinião, um livro, um post, um comentário, uma nódoa negra, um sms, uma salada... Tudo é passível de despertar "pica" (ela gosta desta expressão) na Cristina, e ela faz questão de partilhá-la connosco, os que lhe estão mais próximos. Às vezes ela até sabe que é chata, mas é a chata mais especial que eu conheço.

Só tenho pena que ela não transmita essa pica toda para o seu blog, onde assume uma postura mais séria e mais reflectida. Não há linha nem imagem que a Cristina não sujeite a uma auto-censura inquisitória. Eu acho que ela perde com isso, e nós (!), sobretudo nós, perdemos com isso. Vocês nem queiram saber o que dali viria se ela pusesse a sua Objectiva a funcionar com zoom a alta velocidade... Nem imaginam!

Na versão blogger, que é aquela que hoje comemoramos, a sua paixão maior é Lisboa. E de facto, ela é das poucas alfacinhas de gema, com costela galega (a versão tasca, como ela diz), que conheço. Podia ser taxista. Tem um mapa da cidade na cabeça, conhece os museus, o património, os buracos, os prédios a cair, os jardins, os patos dos lagos dos jardins, os eléctricos, as feiras, os restaurantes e os cafés, as esplanadas.

Fico à espera que no Ano II da Objectiva, a Cristina ponha o corpinho e o seu engenho a trabalhar.

Parabéns querida. Eu continuarei a provocar-te... ;)

30.5.05

Topless

Não gosto do topless. Nem de fazer, nem de ver fazer.

Cada vez que se fala neste assunto, ainda hoje ao jantar, sou acusada de puritanismo, conservadorismo e moralismo. Obrigadinha, mas não percebem nada de mim.

Sou talvez mais pura, do que puritana. Gosto de guardar e fazer durar certas coisas e certas ciscunstâncias, mas não sou conservadora. Desafio-me a encontrar uma moral que me proteja a mim e aos outros de mim, mas penalizo-me sempre que dou comigo num caminho moralista; "Eu é que sei", imagem de marca que os que me rodeiam conhecem, é muito mais uma consciência de mim, do que uma consciência do bem e do mal. O meu bem e o meu mal são só meus mas, como tudo o que é minha convicção eu preservo como relíquia, queda-me a língua e a postura para ditar sentenças. Não conseguir estar calada é o meu pecado, e aquele que me há-de levar ao inferno é esta mania de ser transparente.

Até que cheguei recentemente à conclusão (mais uma prateleira que julgo arrumada no meu labirinto de Babel) que cada vez que falo com os outros sobre as minhas teorias estou a aproveitar-me deles para estruturar a minha lógica, revendo-me no meu semelhante; Sozinha não chego a conceber-me, preciso de outros mortais para me seduzir a mim própria. Por outras palavras, os outros são o espelho e eu faço como a Alice, depois volto triunfante e mais esperta.

Isto tudo para dizer que não sou moralista, apenas chata.

O topless é daquelas coisas que eu detesto. Não estou a dar de comer ao tabu religioso do corpo, nem considero imoral andar a mostrar as maminhas, que toda a gente conhece desde que nasceu.

Não é uma questão moral a que persigo neste assunto, é uma questão estética.

O topless é feio. Acredito que algumas mulheres sintam um enorme prazer em fazê-lo, e eu respeito essa opção. Mas é feio gajas, mesmo que as vossas maminhas sejam lindas e firmes e gostem de sentir o sol e as ondas a baterem-lhes (cuidado com o sol na mama!), tapem-nas com um bocadinho de tecido e o efeito será muito mais perturbador.

A esta altura já perceberam que a minha posição não tem nada de moral... Pelo contrário.

Um belo biquini decotado faz muito mais pela vossa beleza que um par de mamilos desgovernados. Protejam-se.

Já adivinho as minhas amigas fãs da libertação mamária a insultarem-me:

"Tu és parva? Mas tu achas que eu faço topless para provocar ou para me exibir? Faço porque me sinto bem e gosto!"

Certo, minhas queridas. Vocês lá sabem. Claro que vocês não andam para aí a exibir-se. Só acho é que desde que saímos das nossas mães até ao velório andamos sempre a exibirmo-nos. É a nossa condenação - livres e expostos.

E já que assim é, ao menos que seja com estilo.

Nu integral das mamas eu só faço quando e para quem eu quero, nunca em público e sempre em privado.

Mas isso sou eu a falar... Já sabem, falo para vocês, mas sobretudo falo para mim. Podem é deixar-me a falar sozinha, claro.

Breve e final nota provocatória: Já repararam que na revista Maxman (aquela que eu aconselho a ler) não há maminhas ao léu? Bonitas só aquelas dos nus artísticos que o Xupacabras nos mostra na sua galeria.

29.5.05

Gosto disto

28.5.05

Eh pá... Não posso com isto! E uma teoria sobre o livro.

Literatura s.f. Conjunto de produções literárias dum país ou duma época.

A Rititi escreveu um livro.

A Rititi pode ser uma gaja porreira ou uma grandessíssima cabra, não faço ideia. Não a conheço. Já li coisas dela divinas, já li outras exemplares na forma e ostensivamente pedantes no conteúdo, já li outras, ainda, comoventes e envolvidas por expressões que não me satisfazem algum pudor que ainda vou alimentando (pelo que percebi, ainda levo três anos de avanço à rititi, deve ser por isso).

A rapariga é um must da blogosfera e disso não há dúvidas. Leio-a com prazer, e isso basta-me. E vou ler o livro dela. Não sei se é bom para a dieta baixa em calorias, ou se me irá provocar uma intoxicação, desejo-lhe é que, bom ou mau, ele lhe sirva para aumentar o seu cabaz de compras. Qual é o mal? Duvido muito que o lucro seja, para quem publica um livro nos tempos que correm, o objectivo primeiro. Se fôr o dela, o que também duvido, que tenha boa sorte. Os meus 13€ já lá vão cantar.

O lançamento d'O Livro da Rititi pôs-me entretanto a pensar nesta questão da escrita e da literatura. Em parte, por causa de comentários que entretanto lhe foram tecidos.

Anda tudo um bocado inflamado à conta de blogs que passam a livro ou de autores de blogs que se lembram de escrever para o papel. Não percebo a questão, porque para mim ela passa apenas pelo conceito de livro. É dele que estamos a falar, os autores e os contextos em que são editadas as obras são apenas fait-divers.

Se me pedissem para fazer uma composição sobre o tema "Um livro é..." eu diria:

Um livro é um objecto. Uma coisa. Constitui-se de páginas de papel, cosidas ou coladas, com uma capa, que pode ser dura ou mole, bonita ou feia. O livro tem sempre um título, que pode ser grande ou pequeno, apelativo, seco, complexo, melhor ou pior do que as letras que lhe seguem dentro das páginas que denomina. O livro tem sempre um ou mais autores. Um livro pode ir desde o formato de bolso, até à categoria de peso pesado e vir a enfeitar uma mesa de sala de estar.

O melhor deste objecto é que possibilita que se carregue de um lado para o outro muitas letras cujo autor se encarregou de depositar em páginas de devoção, displicência, arrogância, supremacia intelectual, vox-pop, sofrimento, imaginação, arte, supense, ciência, crenças, desabafos... Um dicionário inteiro de sentimentos e vibrações.

Os livros vendem-se em livrarias, supermercados, feiras, por catálogo e porta-a-porta.

Os livros só se tornam objecto quando editados, muitas vezes ficam em casa à espera de uma máquina que os talhe para serem vendidos. O que é pena pois, geralmente, dão muito trabalho a fazer e muito menos trabalho a editar. Escrever um livro, imagino, não é fácil, embora às vezes pareça.

Nos últimos tempos tornou-se, contudo, mais fácil criar estes objectos. Há mais máquinas, mais prateleiras, mais autores encorajados a se darem ao prelo, mais veículos de promoção e menos pudores de exposição. A vaidade, exercício maior de escrever um livro e torná-lo objecto, agora é para todos.

Toda a gente pode escrever um livro. Alguns conseguem vê-lo debaixo do braço de outros, que gostam de comprar este objecto. Eu acho que são uns felizardos, mas também fizeram por isso.

A diferença que vai de uma Rititi a uma Marguerite Duras será demasiado evidente para os amantes da Literatura com caixa alta, mas não consta que uma e outra se quisessem alguma vez iguais. A semelhança reside no objecto. O livro. A coisa. Dela o tempo falará por si.

27.5.05

Pensamentos in vitro 16

Acontece-me às vezes a meio de um post inverter a minha opinião ou o sentido que lhe pretendia dar. Espanto-me. Um avesso de mim ganha de súbito vida própria.

Este poder revelador e estruturante da escrita assusta-me. Depois dela a incoerência dá muito mais trabalho.

Jesus nunca precisou de escrever uma linha.

Recorde

Estive agora a pensar e tenho a impressão que hoje deve ter sido o dia do ano em que menos falei.

Hum hum, 'tá bem, depois falamos, adeus, estou com quebra de tensão. Acho que foram as poucas expressões por mim utilizadas.

Arrumem-me numa mesa de café e deixem-me lá estar quietinha que eu hoje não chateio ninguém.

26.5.05

À espera estou eu agora

Vai fazer três anos em Outubro, fui ressacar das dores que inflingi ao meu corpo, à conta de uns parasitas que se alojaram no meu tecido profissional, para Barcelona.

Nessa semana apaixonei-me definitivamente pela ideia de abandonar Portugal, mais até do que pela ideia de amar Espanha (isso veio depois).

Lá, andei até à exaustão, procurando em cada Avinguda, Passeig e Carrer (a lingua catalã pode ser uma experiência assutadora!) a antítese das nossas avenidas, becos e travessas. Lisboa já era e eu queria saber o que Barcelona poderia vir a ser.

Foi boa para mim. Tão boa que hoje me lembrei daquela mesa à janela do "Els Quatre Gats", o mítico café restaurante de ambiente boémio, aberto em 1897, que Picasso frequentava e onde fez a sua primeira exposição em 1899.

Naquele dia choveu e eu andava com a minha habitual frescura de roupas: manga cava, saia e sabrinas compradas na hora com a desculpa que ia andar muito. Pelo adiantado da humidade no corpo, depois de sozinha ter atravessado a cidade de uma ponta à outra (abusei particularmente do esqueleto nessa jornada), entrei no "4 Gats". Sem guias nem mapas, descobri este café pelo boca a boca que habitualmente norteia as minhas viagens; não gosto de roteiros pré-definidos, nem de andar feita tonta de papel na mão, o que considero uma perda de tempo. O meu sentido de orientação é péssimo e já nem faço nada para o melhorar, quando muito deixo-me conduzir...

O ambiente de final de tarde no "4 Gats" era convidativo, turistas e locais embrenhados em tostas cheias de tomate, conversas animadas, empregados simpáticos, decoração eclética à medida das memórias dos seus frequentadores, temperatura amena. Para destoar das canhas, pedi um chá e uma tosta gigantesca que me entreteu durante uma boa meia hora. Minutos antes tinha ligado ao meu marido, coagido a dar formação a uns catalães mais preocupados com os resultados desportivos do Barcelona que outra coisa, a dizer-lhe para ir ter comigo. Onde? Como é que eu aí vou ter?

Olha agora... Sabia lá eu. Não sabes onde fica? Bolas já é a terceira vez que cá vens e não sabes onde fica o "4 Gats"? Perguntei com distinta lata, quando sabia perfeitamente que o desgraçado estava com a cabeça cheia de bocas ao Figo e à sua predilecção por camisas brancas, a cor do inimigo madrileno, e que as suas idas a Barcelona se tinham resumido a trabalho.

Olha, desenrasca-te. Ele é inteligente e sabe orientar-se, pensei. Pensei mal. O homem naquele dia só queria era ir para o hotel, não perbera nada das indicações que eu lhe dera (!) e mais do que nunca era o representante máximo daquele péssimo defeito masculino de nunca querer perguntar a direcção do que quer que seja a um estranho.

Ao fim de uma hora e meia a olhar para o relógio já não via o "Els Quatre Gats" à frente. Os empregados olhavam-me como se eu tivesse sido abandonada em pleno altar, e depois de dois chás, uma tosta e uma tortilha (!), estava embuchada e arriscava a parecer-me com uma glutona que come para esquecer as agruras amorosas.

Agora, à distância, percebo o quão tonta fui. Em vez de me ter aconchegado naquele canto com a espera que o meu marido me proporcionou, achei por perdido o tempo que, na ocasião, achava mais bem empregue a conhecer cada centímetro de Barcelona como se ela estivesse à beira de ser destruída pela bomba atómica. Naquela viagem eu só queria chegar às estrelas como o Gaudí.

Quando o tipo me apareceu à frente, encharcado até aos ossos, com a gravata descomposta e um mau humor desgraçado, eu paguei-lhe na mesma moeda, mas com gorjeta: Ai estás assim? Azar. Irritada estou eu. Vou-me já embora. De mão na anca, com vontade de pôr as sabrinas às costas e o bucho cheio de mais um pão com tomate que me tinham trazido para entreter os nervos, lá fui com ele atrás, à procura do caminho de volta para a cama de casal na Placa de Espania.

Hoje, recuperada uma terça parte da minha serenidade, lembrei-me do "Els Quatre Gats". Dava três centímetros de comprimento de cabelo para ali estar sossegadinha à espera dele ou de outro (pura provocação); desta vez, com choruda gorjeta para os empregados e um sorriso para o gajo.

E vejam lá que o Picasso até se pareceu com o Toulouse Lautrec... Só para mim.

Nota: Não se fiem muito... Mas hoje sei que o "Els Quatre Gats" fica na Carrer Montsió, 3, no Bairro Gótico, perto da Catedral... Pelo sim, pelo não, batam nesta porta e já agora nesta também, que sempre se aprende qualquer coisa.

O monstro

Estamos a criá-lo... Não, não é o défice.

Estive a actualizar os links do Código e quantos mais blogs eu leio, quantos mais descubro (e ainda tenho uma série deles dependurados à espera de apreciação), mais percebo, finalmente, como a blogosfera veio para ficar.

Esta minha percepção, retroactiva é certo, causa-me algum espanto. Sempre pensei que a febre ia passar mas, pelo que tenho andado a ver, não imagino ninguém a arredar pé do seu URL tão cedo. Registo apenas transferências e mudanças ocasionais de humores.

Os primeiros bloggers foram muito à frente, devo dizer.

Fashion blog...

6,83 - 6,83 - 6,83

25.5.05

Às vezes dá-me para pensar em coisas sérias

A propósito das medidas hoje avançadas por José Sócrates para combater o défice, e nas quais se inclui o fim da reforma vitalícia dos deputados e dos altos cargos públicos ao fim de 12 anos de exercício de funções, houve discussão forte e feia na sala que partilho com mais três raparigas de convicções fortes. A minha sala, posso confidenciar, é conhecida no meu burgo pela "sala da política".

O que vale é que empregos públicos, blogs privados. Neste Código a política só entra quando é da rua e nunca quando é de sede partidária.

Claro está que, numa discussão sobre os destinos do país, o colectivo dá sempre lugar ao privado e cada um toma as suas dores.

As dores paridas são esquecidas, testemunham há séculos as gerações de mulheres, mas as dores da vida... Essas são crónicas.

Para não variar, eu fui a do contra e ainda amuei. As minhas companheiras de cela acham mal retirar privilégios aos nossos representantes. A discussão acabou por extrapolar a questão das reformas, na qual até talvez estivessemos todas de acordo, e situar-se nos ordenados dos senhores deputados e dos altos cargos públicos.

Segundo as minha oponentes (devo dizer que são também minhas amigas, daí a perturbação que me causou a discussão), se os políticos não forem bem pagos, acima da média nacional (e já não são?) teremos cada vez mais representantes medíocres, que apenas vão para a política porque cá fora, no privado, não arranjaram melhor, e teremos cada vez menos homens e mulheres de valor, que fugirão para o privado, onde, aí sim, são compensados pela sua competência.

Portanto, amor à causa pública é coisa apenas para gente soberbamente bem paga, e a competência não é um requisito indiscutível em qualquer profissão, é só uma mais valia a ser recompensada...

Um presidente de câmara ganha mal? Ganha. O Presidente da República tem um ordenado ridículo, comparado com o do director de uma grande empresa? Claro que tem. Um deputado, com formação jurídica, pode ganhar muito mais num escritório de associados? É óbvio que pode, basta tratar de divórcios litigiosos.

E?...

A opção que tomaram, e que puderam tomar, o que é mais do que a maioria da população poderá dizer, traz as compensações monetárias e pessoais que lhe são inerentes. A política não dá para enriquecer, dizem-me. E devia dar? É isso que é suposto?

De acordo com a teoria do "pagar para ter bons governantes", teríamos ainda de pagar balúrdios a um autarca para que ele não pusesse dinheiro de empreiteiros e apartamentos ao bolso? Teríamos de pagar balúrdios a um presidente de um instituto público para que ele não desviasse verbas?

A seriedade e a honestidade são exigíveis a qualquer Homem de bem, mas a um Homem que nos representa, e que foi por nós eleito, só se pode exigir que seja de bem, senão fique em casa.

"A mim não me chateia nada que um director das finanças ganhe 25 mil euros por mês, desde que faça bem o seu trabalho!" Ouvi hoje dizer. Desculpem? Importam-se de repetir?

Pois a mim também não me chateava nada que um operário da construção civil, que se arrisca todos os dias a cair de um andaime, ganhasse 25 mil euros por mês, desde que fizesse bem o seu trabalho e não andasse a coçar a micose.

A mim também não me chateava nada que uma operária têxtil, que leva o salário minímo nacional para casa e ao fim de uns anos está com tendinite e a coluna feita num oito, ganhasse 25 mil euros por mês, desde que cumprisse as encomendas com brio.

A mim também não me chateava nada que um médico ganhasse 25 mil euros por mês, desde que cuidasse de cada doente com a competência técnica que a universidade e as notas de entrada lhe deram, e com a competênia humana que a vocação lhe deu.

A mim também não me chateava nada que um empregado de mesa ganhasse 25 mil euros por mês, desde que servisse com arte e simpatia todos os clientes.

É que não me chateava mesmo nada que professores, administrativos, camionistas, cantoneiros, electricistas, etc... ganhassem todos muito bem e que o ordenado mínimo nacional desse para fazer férias nas Maldivas.

Mas não pode ser pois não?

É precisamente a grande responsabilidade que os políticos têm às costas - decorrente da sua opção, das suas competências técnicas e das suas qualidades de tribunos, ou mesmo da arte de bem se movimentarem nos corredores do poder - que deve determinar os salários e as regalias que auferem. A tal responsabilidade, de que tanto me falaram hoje, tem às costas o povo. Para outras aspirações, levem às costas accionistas e consumidores, o que é uma opção tão nobre como a outra. A diferença é que na outra é o cidadão que paga.

Fazem-me falta

Voltem!

Another Woman, Marion onde andas tu? A tua ausência é sentida.

Zeca Telhado, pá, é preciso alguém verdadeiramente à esquerda da razão. Tu és dos puros. Mas enfim, tal como no voto (esta é pivada) há que respeitar, eu sei.

E tu estás a dar-me Stress... Começo a ficar irritada!

E para onde foi o Vida de Doméstico? Gaja ou gajo (nunca cheguei a descodificar), o autor decidiu pura e simplesmente acabar com o www.vidadedomestico.blogspot.com ... Agora és apenas um blogger not found. Nem um registo. Nem uma linha. Nada. Na web é tão fácil apagar uma existência, basta um clique.

Se liguem, vai!

A mim deu-me esta maluca

No teste das desesperadas calhou-me a Gabrielle, aqui na foto com ar de Madalena arrependida.

Vejamos:

Não tenho marido milionário;

Nunca recebi um descapotável, nem diamantes;

Não tenho um jardineiro jeitoso. Nem mal jeitoso, por sinal;

Se traísse o meu marido, nunca o faria em casa própria, como a Gabrielle. A mulher é burra, ou quê?

Jamais me casaria por dinheiro. Aquela história do amor e uma cabana ainda faz sentido para mim. (Aqui sou eu a burra)

Concluindo: Estes testes, em que ainda perco tempo, não valem nada.

24.5.05

Ouvi dizer que, regra geral, os blogs sem comentários são de direita. É, aliás, uma das coisas que os distingue.

Como é? Já toda a gente sabia disto? Eu não.

E porquê, já agora?

A certa altura questionei-me sobre a utilidade dos mesmos aqui no meu blog, mas nunca considerei como variável de ponderação a tendência política.

Acabei por deixá-los ficar, nem sei muito bem porquê, mas reconheço agora que promovem alguma comunicação paralela e intimista.

São uma espécie de berloque, um capricho que serve para adornar uma coisa que por si só não estaria mal, mas que também por si só pede o supérfulo.

E o supérfulo é de direita ou de esquerda?

Para vocês...

Este Código fiz eu para distribuir na minha festa de sábado passado. Para quem não pôde estar presente aqui está:

No dia deste quadro Renoir impressionou e da primeira à última letra da palavra que pintou, vai uma mão cheia de boas promessas que ele originou. Para cada uma delas, palavras em verso há que outros criaram, e nelas se hão-de encontrar os votos que eu vos venho esta noite desejar. À primeira não tinha lógica, se anglo eles são, mas depois foi um sucesso que em 82 os Mouros não ouviram sem razão. A segunda não vem do cravo nem da canela, mas também está num prato que gira e leva nome de novela. Aquele que "de noite arde" interpretou com sentido, na terça parte da Modinha, a décima primeira promessa. A terceira tem pecado no bico, ele fez prosa desavinda com a tradição e conveniente com a mulher e o amor. Cativo ficou num soneto, onde até ficar preso, experimentou-as contraditórias. À quarta, o nascido no dia do santo pregador de Lisboa do ano dos três oitos, muitas fez nas mesas dos cafés. Na quinta, a que veio ao mundo na terra atlântida, veio ao monte da Graça dar nome ao labirinto de livros. Românticos foram os seus sonetos, entre eles a trilogia, que vai do corpo ao espírito, tem no meio a promessa que nunca morre. Afinal que promessas de Renoir aqui há, que eu vos venho desejar?

Se prazer houver, decifrem até 10 de Junho... asantiago@iol.pt

Desesperada???

A série que ultrapassou o futebol

Da minha Sony Hari chegou-me, via caixa de comentários, a seguinte informação que considero da máxima importância na actual conjuntura de pré-histerismo em torno de "Desperate Housewifes":

A Meios & Publicidade dá conta do seguinte: "Numa tarde em que o futebol era o centro de todas as atenções, a série, que começou a ser emitida às 16:21, conseguiu superar o Especial Desporto: A Festa do Título, que foi emitido sensivelmente no mesmo horário. Quanto ao perfil dos espectadores que assistiram a Donas de Casa Desesperadas, 62% pertencem ao sexo feminino e 38% ao sexo masculino. A faixa etária dos 25/54 anos (49%) foi quem mais viu a nova série da SIC, que passará a ser transmitida todos os domingos às 19 horas com repetição às 3ªs feiras à noite".

Quem quer bons amigos arranja-os.

Sobre a série, eu que estava reticente virei já uma viciada. Ser dona de casa é capaz de ser a coisa mais hilariante do mundo! Para quem vê, claro, não para quem é.

O melhor mesmo é terem posto uma morta a narrar as aventuras das desesperadas amigas que cá ficaram. A morta disse uma coisa fantástica, qualquer coisa como isto: "Quando se está morto temos todo o tempo do mundo para ver tudo e reparar em detalhes que nunca reparámos em vida. Quando se está vivo também podemos ver, mas não temos tempo".

Depois de morta também eu.

Olhem, até já há um teste para saber qual das cinco donas de casa desesperadas da série somos nós.

23.5.05

Festa de Sábado à noite

Este está-me a sair caro... Nunca pensei tanto tempo antes de escrever um post.

Se escrever é sofrer, aqui está a minha cruz nos primeiros dias do Ano Novo d'O Código de Santiago.

Não estou a gostar desta sensação, nada mesmo. Ter um blog para sofrer não é bem o meu género, mas também sei que depois deste calvário, meus amigos, voltarei a caminhar entre os vivos, e de preferência para fazer alguns mortos... Eh lá! Cá me parece que o espírito da coisa (a minha) está a voltar...

Festa?

Tenho um grave defeito. Quando penso, penso em grande. Sinto-me sempre ultrapassada pela minha imaginação.

Festa?

Tenho um grave problema. Gosto da dos outros, excedo-me em ansiedade quando penso nas minhas. Ser propositada e planeadamente o centro das atenções cria-me alguma angústia. Não consigo explicar porquê. Não me interpretem mal... Gosto de reunir as atenções, detesto passar despercebida. Estão a ver? Amem-me ou odeiem-me. Prefiro é os palcos alheios. Uma cobardia que me fica tão mal como alguma coragem despropositada que vou tendo amiúde.

Festa?

Acho que é como o jogo. É nessas ocasiões que se conhecem as pessoas. No sábado, do Taborda, degladiaram-se palavras e essências, com um elemento perturbador - o álcool. O álcool tudo desculpa, e tudo expõe; Os estados de alma, os desequílibrios, as apetências, os apetites, os elogios, as surpresas. O álcool é fixe, se soubermos lidar com ele. É mais ou menos como nos casamentos... Para o bom e para o mau. Quando se gosta, gosta.

Festa?

Foi boa. Gostei de estar com quem estive. Nada, nem ninguém me desanrranjou os nervos. Tudo e alguém me provocou a falta de capacidade que tenho para gerir tantos corpos diferentes, com necessidades opostas, controversas, absolutas. Tenho este defeito (olha outro) quero gerir tudo, ver tudo e toda a gente bem, mas não consigo... e depois apetece-me suicidar esta faceta festeira que jamais transmigrará. Arrisco dizer que é um karma.

Festa?

Amigos, amigos, amigos. Os meus amigos são o melhor do mundo. Amo-os e apetece-me beijá-los a toda a hora. Deveria ter convidado mais, mas tive a mania que alguns não iam gostar porque não são adeptos da blogosfera. São adeptos de mim... Devia ter pensado nisso. Da penitência tratarei comigo mesma. Os que convidei lá foram, fazer-me a vontade sem esforço, habituados que já estão a lidar com esta gaja mimada.

Festa?

Amigos. Outra vez. Os que organizaram. Lolita, Melga e Objectiva (por ordem alfabética, porque de outra maneira não concebo). Meus queridos, adoro-vos. Francisco, muda lá o nome do blog... Ok?

Festa?

Bloguistas. Poucos e espero que convictos. Qualquer que tenha sido a motivação, reservo-me o direito de vos saudar até amanhã. Um abraço especial a um orador (que teve tanto de despropositado, como de sincero. É a tal teoria do casamento de que falei anteriormente. Basta.). Outro abraço especial a uma blogger que me honrou com a sua presença, que ninguém soube, mas também ninguém vai saber. Gaja que é gaja sabe guardar segredo (podem acrecentar à lista).

Festa?

Prendas (presentes, para os queques, que também são gente boa). Cd dos Depeche Mode não é para qualquer um. Champanhe também não, embora não goste.

Festa?

Jamais desistirei. Vou esperando nas esquinas pelas vossas.

22.5.05

Um dia de psicanálise

Acordei ao raiar das 13H00. Almocei os sabores que sei finitos um dia, maternos, que ao domingo devoramos em família com uma lentidão precisa e matemática; A entrada, o prato com montinhos deliciosos que só a minha mãe sabe compôr, a fruta, o doce. Neste dia como sempre doces. O domingo passado por exemplo, ainda não tinha tido coragem de confessar, comi meio bolo mármore. Andava a pedi-las.

O melhor do dia chegou a meio da digestão - o sofá. Uma tarde e noite inteiras de conversa comigo mesma, com o interlúdio hipnótico da televisão. Espojada. Com um moleza que tornará o dia de amanhã insuportável.

Comecei nas "Donas de Casa Desesperadas" (estreou hoje na SIC a um horário perfeitamente absurdo, apenas aceitável para os amantes da terapia bricolage) e acabei, a tempo deste post, no "Sexo e a Cidade". Um ciclo perfeito, só cá falta a Ophra. O que também não importa, sinceramente hoje fui mais espectadora de mim mesma. O ecrã assistiu-me na convalescença da orgia a que me submeti comigo mesma.

Olhei para cada centímetro de mim. Demorei-me em cada dedo do pé. Puxei cada fio de cabelo. Lavei cada tecido meu.

Costumo dizer que é o exercício do meu egoísmo que me salva. Hoje anestesiou-me. Foram conversas corporais as que tive. Só. Às vezes, a noção de nós matéria redime-nos muito mais do que a abstracção de nós espírito.

E tanto que consegui descansar.

Amanhã falo de ontem, ok? (sim, da festa)

21.5.05

Logo à noite...

"Na cidade nocturna luminosa, com mil olhos aquáticos pintados"

Yvette Centeno

Que bom é não dormir, nem deixar dormir! Não gosto de ser feliz sozinha. É isso.

20.5.05

Está quase...

Foto da Lady Butterfly

... a festa no Café Taborda! Amanhã, dia 21, a partir das 23H59. Já sabem.

Para evitar o pior, e porque nestes caminhos de Santiago nunca nada é simples (sobretudo porque vou para terras de São Jorge...), aqui ficam algumas pistas da máxima importância para a noite correr bem:

- Vão a pé ou de táxi. Estacionar naquela colina não é fácil

- Levem a carteira recheada de euros porque não há multibanco

- É preciso tocar a campainha para entrar

- Não vende tabaco

Para a maioria dos convivas, eu incluída, vai ser um autêntico 'blind date'... E tenho um palpite: Ou vou só eu, o núcleo duro e a minha comissão de festas... Aqueles a quem já chamaram as "forças vivas da Capital" - Objectiva, Lolita e Melga - ou a casa vai rebentar pelas costuras! Espero, sinceramente, que o vestido da senhora Festa se descosa à primeira hora da madrugada!

A vida secreta dos blogs

Intrigas, invejas, homicídios de personalidade, grupos de pressão, tráfico de influências, clubes "menina não entra", clubes "menino não entra", postos de antiguidade, lugares cativos, cotas de participação, pornografia, cunhas...

Blogs. A vida tal e qual como ela é.

É engraçado, mas esta realidade sossega-me.

19.5.05

Ainda há coisas com explicação

Coimbra, a cidade do Sul mais a norte, tem uma espécie de abandono diferente. Fecha aos fins de semana, no Verão e sempre que lhes dá na bolha.

O Céu sobre Lisboa veio, sem saber, responder às minhas inquietações sobre as minhas origens. Não é que afinal está explicada a minha tendência para criar anti-corpos relativamente à portuguesa mania de nada funcionar 24 horas por dia?

Começo a achar que realmente só nos revoltamos contra os vidros que sacudimos dos ombros... O meu telhado, ora bem o meu telhado, acaba por ser Coimbra. É de lá que vieram os genes, nasci em Lisboa porque os meus progenitores se lembraram de rumar a Sul... Lembraram-se bem, porque nunca se esqueceram, contudo, de continuar a atravessar o Mondego.

De facto, aquela cidade não é muito normal... Quando lhe dão aqueles calores fortes até parece o Alentejo, parado..., mas depois também lhe dá um frio húmido desagradável de encher os canecos como se não houvesse amanhã...

É estranha.

O povo de Coimbra, por seu turno, convenceu-se há muito de que é o que fala melhor, porque não tem pronúncia (não tem??? Na freguesia dos meus pais tem...), de que é muito equilibrado, porque não é do Norte, nem do Sul, é do centro. O centro, como se vê, acaba por ser muito indefinido, o que, convenhamos, dá seca. Bairrismo, bairrismo... Falta mão na anca aos Conimbricenses! Eu que me mascarava de tricana na infância, nunca cheguei a ver nenhuma.E o que é feito das cachopas? Andam muito moles.

Os homens de Coimbra é que têm alguma piada. São um bocado tarados... Não pode uma mulher andar na rua, juro, mas também são tímidos e um pouco "sem jeito". São do centro, lá está.

Ser do centro toldou Coimbra à imagem de uma cidade que não é carne viva, nem é peixe de anteontem. Nem fresca, nem morta. Ajeitadinha, entre a tradição académica, e os amores de Inês de Castro, amornada pelo fado (que eu gosto), voltada para o rio, mas de costas para o país que se habituou a tê-la assim.

Nem o futebol agita as massas. A Académica é o clube mais simpático de Portugal, o mais politicamente correcto, só rivalizando com o Belenenses. Numa cidade assim, viver pode ser um exercício muito repousante. Tem de tudo, mas não faz grande alarido disso.

Não há mal nenhum nisso. Se calhar, enquanto estiver assim, espécie de Suíça entre as sazonais batalhas Norte/Sul, vai suspirando com altivez adormecida, sem nunca cair do mapa sentimental de Portugal. Ninguém se lembra muito dela, mas também ninguém a esquece.

Deixem-na estar sossegada. É a minha reserva mental.

Portugal no coração

Desde já gostava de dizer que actualmente vivo em Chicago, o que nem sempre permite acompanhar todos os detalhes da vida social e política portuguesa.

Diz a Joana Amaral Dias, a partir de anteontem com o Bicho Carpinteiro.

Cá está uma portuguesa que é gira e é esperta (inteligente, eu sei, é inteligente que se diz, mas esperta é muito mais giro no contexto da hora).

Uma coisa gostaria de lhe dizer: Farta da realidade portuguesa estou eu. Mande notícias da estranja Joana. A malta agradece.

Acho piada à JAD (eu e mais uns bons milhares de homens portugueses, é verdade, mas por razões distintas... lá está).

18.5.05

Exclusão social

Há duas coisas que me fazem sentir de fora:

"Star Wars" e "O Senhor dos Anéis".

Nunca vi nenhum episódio da saga, nem da trilogia. Também nunca li o livro de Tolkien.

Começo a sentir-me mal por isso. Terei algum problema? Será culpa da educação ou terão sido as más companhias? E a teoria da conspiração urbanística cultural? Viverei num gheto?

Mandatários para a integração das minorias, que já compraram bilhetes para a derradeira "Guerra das Estrelas", em estreia amanhã, propuseram-me um curso intensivo. Querem ir a minha casa, amarrar-me ao sofá e obrigar-me a visionar todos os episódios!

Estou capaz de obrigá-los a verem a "Laranja Mecânica" do Kubrick em troca.

Festa 21 de Maio no Taborda...

... O segredo mais mal guardado do mundo!

No Café Taborda, a partir das 23h59.

17.5.05

É hoje

Um ano de blog.

Pela primeira vez vou responder à pergunta que muitas vezes me fizeram os outsiders desta coisa da blogosfera:

Para que é que isso serve?

Não serve absolutamente para nada. O nada, como tudo, depende absolutamente de nós.

Foi a Lolita que fez para mim!

Obrigada a todos os que têm estado comigo. Eu continuo aqui.

15.5.05

Gaja que é gaja

Gajo que é gajo não usa sandálias, tem cão mas nunca um gato, gosta de futebol, etc... Estou farta de ler posts e mails sobre o tema.

Já há tempo que me anda a morder o corpo para fazer a mesma lista descabida sobre o meu género.

Espero que já não haja alma que se ofenda com o termo 'gaja'. De facto, o termo é vulgar e vulgarizou-se, mas a vulgaridade também já não é o que era - vai do medíocre e do reles, ao simples e ao popular. Simples e popular é comigo. Gaja e gajo são cá do meu vocabulário.

Ensaio:

Gaja que é gaja...

Não usa sapatilhas dia sim, dia sim. Só em dia de treinos e quando sai à noite em caminhos de calçada portuguesa desconfigurada.

Faz dieta mediterrânica, não passa fome. Come bifes mal passados (para assimilar o ferro), come doces e chocolate em dia de festa e quando está de neura, não come batatas fritas como se o mundo fosse acabar no dia a seguir, come fruta com prazer e abusa dos vegetais salteados em azeite, porque o verde só por si pode ser muito depressivo.

Depila-se. Da pontinha dos pés às sobrancelhas. Ter pêlo na venta só fica bem em dias de tempestade verbal.

Não rói as unhas. Quanto mais não seja, lembrem-se que pode dar cabo das meias que são cada vez mais caras.

Não palita os dentes. Nem em casa, nem em público. Nem é preciso dizer mais.

Não come pastilha elástica em público, sobretudo se mastigar como se estivesse a medir a elasticidade da boca e o eco dos balões.

Só se maquilha se souber e se gostar. Jamais usará a maquilhagem em vão.

Limpa e hidrata diariamente a pele. A rugas de expressão só são bonitas se forem isso mesmo - de expressão, não de desleixo e de velhice precoce. Charme? Só para os homens.

Tapa os cabelos brancos com a tecnologia das cores que um génio se lembrou de inventar. Brancos só em senhoras muito distintas a partir dos 50.

Usa protector solar durante todo o ano. O Sol pode ser o maior inimigo da pele e o bronzeado em excesso faz qualquer mulher parecer uma tia das mais refinadas da "Caras", que chegam a atingir a cor verde no solário. Lembrem-se da Lili Caneças que teve de recorrer ao célebre peeling...

Não fuma enquanto caminha.

Usa sempre soutien. As únicas excepções vão para aquelas que desafiam a lei gravidade graças a uma copa A ou B (que ao contrário do que pensam podem ser muito sortudas...)

É amiga da sua amiga. Sempre.

É amiga do seu amigo. Quando consegue. (E quando consegue é muito bom. A amizade a dois sexos pode ser muito compensadora).

Não trata mal nem desrespeita um homem. Não se deve abusar do sexo mais fraco. A não ser que ele mereça. Quando merece... Nem sempre pode valer a pena tratar mal. O mal não se combate com o mal. Ignorem e sigam em frente.

Não desvia o olhar quando fala. Gaja que é gaja olha em frente. Timidez é uma coisa, dissimulação é outra.

Não é feminista. É feminina.

Não se queixa do machismo, combate-o. Os homens são o que as mulheres permitem, por isso não se armem em vítimas.

Cozinha. Aqui está uma das mais belas artes. Se não souberem, aprendam com um homem. São os melhores chefes.

Apoia o seu homem nos bons e nos maus momentos. Não dá à sola porque o gajo virou pobre ou porque sucumbiu à depressão. Os homens abandonam-se quando são uns trastes e vão para o álbum de recordações quando o sonho (amor, paixão... wathever) acabou. Só.

Lê a revista Maxmen.

Só usa mini-saia e decote se tiver atitude para isso (e corpo). Imbecil e ridículo é andar na rua a puxar uma para baixo e outro para cima.

Sabe apreciar e elogiar uma mulher. Não diz mal de outra só porque ela é bonita e inteligente.

Sabe que a inteligência é uma arma. Beleza sem conteúdo nunca será mais do que forma sem desenho.

Sabe que a beleza é uma arma. As objectoras de consciência não sabem o que perdem.

E a lista podia continuar, continuar... Se quiserem acrescentar estão à vontade, aí em baixo.

Rali Beja-Lisboa - 21 de Maio

Promete ser a prova mais importante do circuito nacional de blogs.

O início, na Praça da República, é Aliciante:

O final, na etapa da montanha, é no Café Taborda, nº 75 da Rua Costa do Castelo, onde, sob o signo desta vista... Foto Objectiva 3

...decorrerá a festa do 1ºaniversário d'O Código de Santiago, a partir das 23H59.

Só uma coisa não é permitida: Ficar em casa!

14.5.05

E por falar em politicamente incorrecto

Poucas coisas serão tão patetas como comemorar aniversários. Poucas. E, por isso mesmo, não tenho o hábito de assinalar aniversários de blogues aqui no Meia Livraria.

E não é que ele é capaz de ter razão? O mais engraçado é que o Meia Livaria vem à festa no dia 21 de Maio.

Começo a temer o pior: A minha comissão de festas (Lolita, Objectiva e Melga) está a recorrer a meios ilícitos para encher o Café Taborda. Ainda vou presa.

Ao Cláudio só posso assegurar que os meus RP serão severamente castigados caso se prove a chantagem ou a publicidade enganosa.

Este rapaz parece-me um "remisso" refinado. A festa promete.

13.5.05

Politicamente incorrecto seria...

...eu agora, a uma semana da festa de 21 de Maio, falar mal de futebol, sobretudo da importância que este sábado de derby lisboeta assume para 99,9% dos portugueses.

Aconselharam-me a não comentar o histerismo à volta do jogo.

Aconselharam-me a não dizer que o meu marido está verde de agitação e precisa de ser internado, porque já está em estágio há uma semana e fala em encerrar-se amanhã sozinho numa sala, só ele e a power box.

Aconselharam-me a não comentar que os meus amigos estão loucos, pois já combinam não promover encontros a duas cores, não vá acontecer alguma desgraça e estragarem a amizade.

Aconselharam-me a não dizer que a malta devia era... #%&=?#$%""&...

Pois...

Era mau, não era? Então não falo.

A minha festa blogueira é dia 21 de Maio, no Café Taborda, às 23H59. Informações, inscrições e inscritos ali do lado direito.

Ahhh... e o futebol é uma coisa linda!

Os homens cata-vento

São de uma ambígua sorte.

Perdem o fio à meada a uma relação que "embrionaram" duradoura, levam tampa, perdem-se de amores e são capazes de se submeter a provas de endurance românticas, daquelas que só se vêm em filmes como o "Cinema Paraíso".

Cada vez que se propõem a subir a uma torre protegida por um dragão, atrevem-se até ao cume da decepção ou da conquista raramente compensadora.

Vão até ao fim e sofrem as maleitas das suas cruzadas com um misto de ingenuidade e confiança na descoberta do verdadeiro amor, a 'tal' que um dia lhes há-de lamber as feridas e regenerar a pele.

Até lá, entretêm-se a padecer de taquicardia crónica. Nunca desistem.

A diferença entre um homem cata-vento e um homem pinga-amor, é que o primeiro está sempre a virar-se para novas direcções com uma rapidez estonteante. Ainda agora caiu desconsolado da torre abaixo, logo se ergue de açúcar e flores, pronto a subir mais um Evereste.

Tem sorte por isso. Não fica encalhado. No entanto, também não desfruta de tudo o que ambicionou e merecia alcançar.

A sua maior virtude, na ambiguidade deste destino, é que jamais se gaba de coleccionar troféus, enquanto outros os ostentam por muito menos.

Mulheres cata-vento? Existem em igual quantidade, mas eu nunca ouvi falar de cavaleiros andantes de saias. Além disso, é de homens que hoje me apetecia falar.

12.5.05

Deus fica-nos tão bem

Neste filme, a personagem interpretada pelo magnífico Travolta, na foto com um dos seus exuberantes robes (por favor vão ver!), está convencida de uma coisa:

"Eu conheço Deus e Deus conhece-me."

A frase transcreve a presença que Ele sempre tem nas causas perdidas (a personagem de Travolta é quase um causa perdida), seja por via da veneração ou da negação (revolta). Deus serve de desculpa para tudo. A indiferença é luxo a que só os ateus se podem dar. (Serão mesmo indiferentes? Serão mesmo ateus?)

Dizer conhecer Deus e ele conhecer-nos, é a mesma coisa que dizer sermos Deus e conhecermo-nos através d'Ele.

Eu penso muitas vezes assim. Sossega-me. Está tudo bem: Ele sabe como eu sou, eu e Ele cá nos entendemos. Ele e eu confundimo-nos.

É a consciência apaziguadora de Deus. Ele não me castiga, Ele conhece-me. Ele sabe porque é que eu fiz isto, e não fiz aquilo. Eu contorno as doutrinas, mas Ele sabe porquê.

Sabe bem.

Frequentemente, perguntam-me os amigos mais cépticos (ateus?) como é possível falar com Ele, se Ele não responde.

Depois do filme com o Travolta cheguei a uma conclusão: Falar com Deus é falar comigo. A resposta também está em mim, mas está sobretudo nos outros, n'o próximo.

11.5.05

Museu do Brinquedo - Sintra

Era uma vez um avô que só queria ver os netos a brincar e nunca a estudar - por cada má nota ou, melhor ainda, chumbo (!), oferecia-lhs um brinquedo, aliás, oferecia-lhes brinquedos por tudo e por nada. João Arbués Moreira, um dos netos, cresceu em idade rodeado desses objectos da infância. Cedo, a brincadeira tornou-se séria: uma colecção invejável já na adolecescência e... depois o amor e a dedicação ao estudo sistemático dessas peças recriadoras do universo dos adultos fizeram a sua própria história. Hoje vivem felizes para sempre em Sintra, num Museu que João Arbués Moreira fundou.

Milhares de soldadinhos de chumbo, Barbies cinquentenárias de Dior vestidas, brindes da Farinha Amparo, jogos da Glória, carros, carros e carros, bonecas de papel e porcelana, etc, etc, etc... até um mini-destilador de whisky e máquinas fotográficas do início do século passado, construídas pela Agfa especialmente para crianças, ali se podem encontrar! É impossível ficar indiferente ao espólio do Museu do Brinquedo, em Sintra. O terceiro mais visitado do país.

A minha mãe comoveu-se com um boneco enorme igual a um que o padrinho lhe ofereceu quando tinha sete anos. A minha irmã comoveu-se com a comoção da minha mãe. Eu não consigo deixar de pensar que brinquei com uma peça de museu! Lá ao pé dos fogões e das panelinhas, está um frigorífico branco e azul, igualzinho ao que está no sótão. Estou a virar história, mas pela primeira vez em muito tempo sinto-me bem com isso.

Brincávamos para crescer mais cedo não era? Agora que queremos envelhecer mais tarde, só nos resta brincar com a idade. Não "às escondidas", mas "à apanhada"...

Penitência

Já aqui expus, "previous on Código de Santiago" (como se diz nas séries americanas), a neura que me tem tolhido nos últimos dias. Afagam-na os dias de férias que tirei para arejar a cabeça e os armários lá de casa. Arrumações são a minha terapia (penso que esta faceta já fez estória noutros episódios deste blog).

Até aqui tudo bem. Não obrigo ninguém a aturar-me.

Mau é insultar quem não tem culpa nenhuma.

Hoje, depois de uma visita retemperadora a Sintra, decidi que era dia de penitências. Algumas são inconfessáveis, é que, mais uma vez, por obrigação só o Banco sabe da minha vida toda e me pede contas dela (também a minha relação disfuncional com o Banco tem sido matéria do guião deste blog).

Penitências confessáveis hoje:

"Sim mãe. Tens razão, toda a razão. Ainda bem que trouxe casaco hoje. Em Sintra faz muito frio. Tu é que sabes." Verdade-código-verdade. Aqui a acalorada tinha enregelado sem o dito trapinho de mangas compridas. Micro-climas que fogem da minha alçada, já se sabe.

"Desculpe lá Vida de Casado. Não merecia um post mal disposto feito a martelo numa madrugada. O que sente é tão bonito como o feio que talvez eu lhe pareça sentir." Ainda por cima, este casado respondeu-me não com duas pedras mas com uma flor! Assim, até eu gostava de ser mãe dele! Calma!... Basicamente eu continuo a achar o mesmo que escrevi, mas o que ele diz também é muito bom de achar.

Há uns tempos ouvi na televisão, a determinado momento de uma série ou de um filme de que já não me lembro, que um casamento tinha falhado porque os dois tinham deixado de cuidar um do outro. Cuidar um do outro. Até eu que tenho mais queda para ser filha e menos caída para ser mãe, fico agora quietinha, espojada neste post, a acertar o compasso com esta 'dica'. Ovo de Colombo? Não sei. Acho que é mais para não contarmos com o ovo no cu da galinha.

"Next on Código de Santiago", dois Pai Nosso.

10.5.05

Singela, mas bem intencionada

Ainda não era bem esta... Ó Lolita, manda mais!

9.5.05

Boca encharcada

Foto de Fabien Azzopardi, inevitavelmente sacada do Xupacabras. De onde mais poderia ser?

Andei, pela minha saúde, dois dias à procura de uma foto decente do Bolo de Mármore para vos ilustrar a minha perturbação perante este popular exemplo da pastelaria mundial.

Aquele da minha infância, tingido a preto e branco, coberto de negro chocolate, cheio de calorias perversas que ousam despistar o faro castrador da mais infame dieta. Encharca-me a boca pensar no Bolo de Mármore. Transbordo. Enlouqueço. Infelizmente, não encontrei nenhuma imagem digna do efeito perturbador que esta massa bicolor tem sobre mim. Não consigo explicar-vos, mas este é um dos poucos alimentos que concentram toda a minha energia cerebral na boca, como se na sua presença, nem que seja apenas mental, não existisse orgão do meu corpo mais importante. O momento imediatamente a seguir a um bocado de Bolo Mármore entrar em contacto com a língua e o céu da boca é inibidor de qualquer outra emoção. O pior é que na boca, adulterada pela saliva, aquela massa logo se transforma em obsessão maior, porque em breve descerá pela garganta e deixará vazia a boca. A boca, princípio de tudo, é sempre o mais difícil de saciar. E o que fica a faltar ao prazer, sobra sempre em obsessão.

Inscritos - Festa 21 de Maio

Contos portáteis

Este concurso do leituras com net parece-me bem.

Os primeiros confirmados - Festa 21 de Maio

Aqueles que já não têm como fugir. "Juramentaram". Oficiaram. Constituem já um artigo seleccionado no 1º aniversário do Código:

(por ordem alfabética)

Baby Lónia

Baton de Cieiro

Fábrica Lumière

Impurezas

Melga

O asdrúbal

Objectiva 3

O Suave Milagre

Respostas Paralelas

Intenções? Há muitas! Para aí umas 150...

Os meus RP (Objectiva, Lolita e Melga) não param de me azucrinar com a festa. Daqui a pouco afugentam toda a gente! É por causa deles que eu estou a pedir que me enviem os mails a confirmar (amigos sem blog incluídos), para eles preencherem lá umas tabelas em Excel que resolveram engendrar! Acham normal?

A Lolita e a Cristina ainda percebo, mas o Melga só me viu uma vez no jantar de blogs de Setembro passado. O empenho dele é comovente.

São uns queridos. Não os posso desiludir! Se mais ninguém aparecer, apanhamos todos uma bebedeira e vimos contentes Costa do Castelo abaixo!

O pânico deles começou quando souberam que no mesmo dia há um encontro de blogs em Beja, organizado pelo Praça da República (que comemora o 2º aniversário) e o Aliciante (que comemora o 1º aniversário), com um programa que é tanto mais sério, quanto o do meu aniversário é inexistente e copofónico.

Eu não tenho cartaz, não faço convites personalizados (já uma vez expliquei que sou muito mal educada na blogosfera) e também não tenho cultivado muito as visitas no meu blog. Para já, acho que devia escrever muito mais, há dias em que não faço a ponta de um post. Mas gosto de aqui estar, e de estar convosco. Basta-me essa convicção para não desertar. Por obrigação só pago ao banco.

A ideia da festa partiu do Clark que já percebeu que festa é comigo, e já agora com ele também, senão teria estado calado, mas ainda bem que não o fez. Quem estiver comigo, e connosco, no dia 21 no Taborda, sob a égide de São Jorge - tendo como único programa a conversa, a música de fundo (boa! assim espero), uns "licores" e a vista sobre a cidade - talvez não se dê mal por Santiago.

Voltem sempre e se forem embora fechem a porta devagarinho que eu sou muito sensível.

PS -Ó Clark, veja lá que o Taborda é tão grande que até pode levar o Libelinha! Desta vez não precisa de entrar pela porta do cavalo... (este PS é muito à blog, só algumas pessoas o percebem...)

8.5.05

T.P.C.

O Clark voltou de férias, mas não foi para elas sem dar que pensar aos seus regulares fregueses:

Se todos e qualquer um de nós ousasse sonhar grande e limpo

não haveria parede em casa alheia,

motor em caminho privado,

arma em pano branco.

Não sofreria uma alma no paraíso,

não sobraria injustiça no purgatório.

Ao inferno os sonhos seriam esperança.

Não comeríamos uma migalha roubada,

De orgulho seria a da colheita,

de festa a partilhada.

Haveria para todos e qualquer um de nós,

um sonho

que acabaria no princípio

do sonho do próximo.

Às vezes encontravam-se.

A emoção precede-me

Voltaram. Não, têm, há, à, é, :;_^~?"/()... Estão cá todos. Os acentos e os apêndices. Urra!

Depois de intervenção técnica competente, o meu computador está a funcionar à velocidade da luz. Tudo agora se abre e fecha com uma rapidez estonteante. Apetece dizer: "É a primeira vez e estou maravilhada".

E ainda faltam 5 dias para o 13 de Maio...

Maio. O mês dos milagres. Da mãe. Do coração. Da espiga. Da procissão da Nossa Senhora da Saúde. Do Super Bock Super Rock. Do aniversário do Código.

A emoção precede-me.

7.5.05

Corte e costura

Aqui estao os 25 momentos na hist]oria da blogosfera.

Retirei o mais interessante - a polemica.

“Os «blogues», tal como existem, montados e alimentados por gente que tem acesso aos jornais e à opinião pública – Pedro Mexia, João Pereira Coutinho, Pacheco Pereira, José Mário Silva, entre outros -, constituem para mim uma espécie de «Portugal Fashion» da opinião: eles exibem naquela passerelle electrónica o que não têm lata, ou coragem de «vender» nos jornais onde podem e devem publicar o que pensam – como os estilistas mostram na passerelle o que nunca irão vender.” Pedro Rolo Duarte, DNA, 21 de Junho de 2003

Lembram/se?

O PRD esqueceu/se que a mais valia da blogosfera, aquilo que realmente a distingue, ]e precisamente o contrario. Os blogues existem muitas vezes para aqueles que nao tem acesso aos jornais e ]a opiniao publica. Como eu.

E acreditem, ha por ai muita alta costura sem direito a passerelle.

Nota - Enquanto o meu teclado estiver marado, vou abdicar quase sempre dos acentos. Nao, nao ]e um codigo...

A vida de casado ]e uma seca

Sao 1H36. A Lolita continua aqui ao meu lado no sofa. O meu marido foi comprar tabaco (sim, ele volta sempre). Agora ela lembrou/se de me apresentar blogs da sua preferencia.

No Vida de Casado li isto> (dois pontinhos nao ha)

"Por vezes dou comigo a pensar no que seria a minha vida se não tivesse conhecido a minha mulher. Imagino-me sentado em frente à Tv a fazer zaping e a brincar com o computador. Vejo-me com uma barriga, com a barba por fazer e sem qualquer tipo de cuidado com o que visto (...) Eu, que só tenho é que beijar o chão que ela pisa e agradecer todos os dias a Deus..." (como fiz copy paste os acentos vem bem... est\ao a ver a cretinice deste computador?)

Este homem jamais percebera a sorte que tinha em ser solteiro. Maezinhas ]e o que eles querem. Se o meu marido me dissesse isto eu ameacava-o com o divorcio.

Eu avisei que andava de neura.

S\ao uma e um quarto da manh\a e...

... esta gaja ainda aqui est]a a dar/me conta do ju]izo! Ainda n\ao se calou. Azucrina/me e faz/me rir. Uma ben;\ao! S\ao 1H15.

Socorro

A Lolita apareceu agora em minha casa a perguntar_me se j]a recebi muitos mails de inscri;\ao para a festa. Juro. S\ao 24H50 e a gaja est]a aqui a melgar/me... E eu que nem sequer consigo meter os f... da p... dos acentos na ordem. Salvem/me! Sinto/me pressionada.

E mais. A tipa ainda tem a lata de me dizer que est]a sentir muita press\ao. Acham normal?

6.5.05

Xiiiiiiiiiiiiiiiiiii....

... iiiiiiiiiiiii... N~ao sei que tom dar a este post. Para come;ar gostava que o meu port]atil estivesse com o teclado normal. Como vem, os acentos est\ao todos virados do avesso. A culpa foi do Cavalo de Tr]oia que aqui entrou e que n\ao quis sair pela porta do cavalo. Ter]a sido o Touro do meu blog que o espantou? Nah. Foi o meu compadre Fernando que o arranjou ontem! O teclado ]e que nem por isso. Os v]rus tem abusado de mim e o pior ]e que o perigoso Cavalo de Troia tamb]me fez estragos no meu c]erebro, danificando o disco do humor.

A coisa n\ao tem estado f]acil...

Ando com uma neura descomunal. Nem blog, nem festa... Nada me entusiasma. At]e tirei f]erias... Mas nada.

O que vale ]e que a Lolita, a Objectiva e o Melga desataram a enviar mails a coagirem alguns incautos, que com eles se d\ao, a comparecerem no dia 21 de Maio no Teatro Taborda, para o anivers]ario do C]odigo. S]o me fazem passar vergonhas.

Eu ainda ameacei cancelar a festa... Palavra de honra, ando com os neur]onios feitos num pa\o de lo, daqueles de Alafazeir\ao, todos moles e amochados.

Que fazer?

Olhem. Inscrevam/se.

Depois de dar com o paradeiro dos acentos, que emigraram a trote com o Cavalo de Troia, publicarei a lista dos blogers j]a confirmados.

Ahhh, o Caf]e Taborda aguenta com 200 convivas... Est\ao a ver no que me meti?

Vai ser lindo.

3.5.05

Este blog é Touro

Para uma rapariga escorpião, ter um blog touro é... Nem sei bem o que é, para ser franca. No dia em que foi parido, 17 de Maio, nunca de tal me lembrei, o que faz deste meu pedaço on line um touro genuíno, das mais consagradas herdades astrais; Não foi uma concepção programada, mas antes um acaso do destino. Segundo a minha consultora astrológica, que foi quem me lembrou a génese horoscópica da coisa, O Código de Santiago rege-se pelo planeta Vénus... Uau, o dos 'S'... Sex..., Sensu..., Sensi..., terá senso? Tem dias, se pensarmos que o senso não tem casa certa no meu mapa astral.

Touros, não conheço muitos. Aos que me rodeiam sobra-lhes casmurrice e lealdade. Não é mau. Nas minhas pesquisas, entre traços da personalidade e tendências estéticas, acabei por descobrir o rol com as missões, atribuídas por Ele (Deus, Cosmos???... Não percebi), a cada signo.

A missão que calhou ao Touro foi esta:

"A ti, Touro, concedo o poder de transformar a semente em substância. Trabalharás com afinco e paciência para que as sementes não se percam ao vento. Não questionarás ou mudarás de ideia até que termines tudo que já foi iniciado, pois a ti compete o processo de concretização da Minha ideia. E para que realizes um bom trabalho, dou-te a provação do apego para dominares e, como bênção, concedo-te o dom da força."

Como ando em maré de consensos (é de aproveitar) e, com a veia jornalística que ainda se apalpa no meu corpo, achei importante ouvir as duas partes. Logo vi que não tenho acesso ao Diabo. Quando caminha por mim acaba por nunca deixar rasto e sequelas, mas quase que o imagino a atribuir uma missão ao meu blog:

"Hás-de meter-te na vida dos outros até à exaustão. Para teu castigo, a maioria ignorar-te-à. Para tua compensação, os que te ouvirem, serão para sempre abençoados no meu regaço."

Deus, que não dorme, fez de conta que não ouviu, inventou o oitavo dia para descansar, e a'O Código de Santiago continua a tecer caminhos insondáveis.

2.5.05

Noites caídas 5 - Ainda me lembro do que fiz na sexta-feira passada

Sexta-feira. Dia de tesão noctívaga. Cai o sol, sobe a lua. Tudo parece melhor ao virar do fim de semana. Um jantar de semi-conhecidos, que o acaso profissional juntou em torno de uma mesa com vinho tinto, prometia risos e conversas soltas, sem amarras emocionais. O tinto, para quem gosta, serve-se à temperatura ambiente. O ambiente era de euforia. O vinho não se fez para o penalty, mas para saborear.

Bebo un gin tónico.

Oh meninos, vejam lá... Não fiquem mal dispostos.

Disparates a rodos. Anunciam-se as primeiras nódoas na roupa. As palavras sem nexo.

Bebo um gin tónico. Que remédio.

Valem-me as companhias que pertencem ao mesmo feudo profissional. As outras estão mais interessadas em travar uma batalha gastronómica, sem território demarcado.

A conta se faz favor! Temos de enterrar os feridos e salvar os mortos.

O senhor do restaurante descansa-nos. Muito gosto em conhecê-los diz ele, quando à saída agradeço a atenção e a paciência dispensadas.

Doem-me os ossos. Mas no Bairro há encontros marcados com tropas aliadas.

Chegamos oa Bairro. O moral das tropas afinal está em baixo. O Bairro está uma merda. A música do Majong foi emprestada e em substituição... Uma merda.

Não se vê vivalma contente. Um espoja-se cá fora. Outro vomita lá dentro.

Eu disse que iam ficar mal dispostos. Estragaram-me o gin tónico com tanto vinho.

"Ele não me ligou". "Acabei com ele". "Vamos para casa". "Onde é que está o outro? Ao pé da outra". Os diálogos aborrecem-me.

Alguém ao fundo do túnel fala no Jamaica. É a única salvação possível para os bravos soldados que ainda resistem e, por solidariedade, não os abandono a meio caminho do fim da batalha.

O Jamaica está com falta de provisões. A derrota de sexta-feira jamais será esquecida.

No memorial desta noite que me caiu mal lê-se: Agora só dia 21 de Maio*.

*Dia da festa do 1º aniversário d'O Código de Santiago.