30.7.04

Post didático (2)

Pronto, pronto... Cabecinhas fracas! Já é possível novamente "botar" comentário anónimo. Reduz o número de cliques e não gastam a vossa paciência.

29.7.04

Post didático (Faça você mesmo)

Nada na vida é fácil. Nadinha. A Teresinha M. já está farta de me dizer isto. Nem fazer um comentário no blog. Meus amigos a solução para se conseguirem registar é insistir, insistir, insistir... E clicar, a determinada altura da insistência, no lado direito onde diz qualquer coisa como: se não é um utilizador registado no blogger... Acreditem, se eu consegui, que sou naba nestas coisas, vocês também conseguem. Sim, eu sei que há blogues mais fáceis... Mas eu não encontrei nenhum assim na nova geração.

26.7.04

As saudades que eu tenho dos meus avós

A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) está preocupada com os avós. Eu estou preocupada com o facto de haver pessoas a pensar assim. Infelizmente perdi os meus avós muito cedo e, também pelo facto de viverem noutra cidade, não pude usufruir da sabedoria e carinho deles como gostaria. No entanto, bem consigo imaginar qual teria sido a reacção do meu avô paterno à posição do presidente da APFN, quando este classifica de «dolorosa» a sobrecarga que os pais modernos (nós, trintões à cabeça, quase de certeza) impõem aos pais na partilha da educação dos seus filhos, considerando-a até de falhanço «por não terem conseguido educar os filhos para o compromisso de terem os seus próprios filhos e cuidar deles convenientemente». Avôzinho como gostaria que escrevesses tu este post. Uma coisa é certa, estes senhores, pais perfeitos, da APFN, nunca irão permitir a estadia em casa deles dos netos por mais de duas horas por semana. Provavelmente, se bem educados, esperam que os seus muitos filhos, que se orgulham de ter gerado, lhes agradeçam. Se não agradecerem ou serão ingratos ou, para mal dos nossos pecados, irão num futuro próximo presidir à mesma APFN e destilar a sua frustração em declarações como estas feitas ao jornal "Público" em pleno Dia dos Avós.

22.7.04

Outro post de alta tensão (isto hoje está bonito)

Ainda dizem que o tamanho não interessa... Para quê grandes? Ainda bem que tenho um Clio...

Post de alta tensão

Hoje sonhei contigo. Foi profundo e aconteceu pouco antes de acordar, como que para garantir que me lembraria dele. Nem me apetecia tomar banho só para guardar o cheiro dos lençóis e as vozes dos risos que me ofereci no sonho. Deste-me a mão durante tanto tempo, apesar da multidão que nos rodeava, sorriste-me e eu, para variar, dei-te um beijo, daqueles de que supostamente ninguém devia desconfiar... Mas acabei por roçar-te o lábio húmido. Gosto desses, são um pronúncio... E tu riste, da maneira que eu gosto, com o coração e com os olhos. Havia muitas crianças que chamavam por mim, uma delas fazia anos e era dia de festa. Corri para elas, mas sempre na tua mira. Abracei-as, beijei-as e depois disse-lhes adeus e fui ter contigo. Uma porta abriu-se e nós entrámos. E eu acordei. A Maria G. diz que quando se sonha com alguém desta maneira é sinal que as respectivas almas estiveram algures lá em cima a conversar...

21.7.04

Os jardineiros e as flores

Oh Gabriela, desculpa, desculpa, desculpa. Não resisti a contar aqui a teoria da tua mãe. É um carapuço demasiado grande para não servir à maioria das relações que conheço. Ainda por cima, falaste-me nisso no domingo, numa das nossas animadas tertúlias cujo assunto vai sempre dar ao mesmo - amor, relações e a porcaria da idade que não pára de avançar. A coisa até começa à séria: Leituras, filmes, trabalho, roupitas novas... E pronto, começa a "descambar" para o lado esquerdo. Mesmo que esteja tudo bem, arranjamos sempre qualquer ponta solta para questionar, teorizar e hipoteticamente transformar, como se não fosse possível existirem pontos sem nó, acabadinhos e perfeitos. Uma mania como as outras. Contra intempéries e ervas daninhas, a tua mãe é que a sabe toda: «Em todos os casais existe um que é o jardineiro e o outro que é a flor». Um cuida, trata e poda, outro limita-se a florescer, a brilhar e a encantar. A Anita disse que no caso dela não sabia quem era o jardineiro, o que eu considerei logo muito positivo. E é. Tenho amigos que se limitam a ser o jardineiro, e outros a ser a flor. Eu cá também prefiro ser flor... Claro(!), mas todos sabemos que os jardineiros às vezes também se fartam de trabalhar e a vida de uma flor pode ser muito solitária e curta...

14.7.04

A parábola do amor

A receita que veio por email:
Uma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. A menina perguntou: «Como se faz para manter um amor?» A mãe respondeu: «Pega num pouco de areia e fecha a mão com força...» A menina assim fez e reparou que quanto mais apertava a areia com a mão, mais ela se escapava. «Mamã, mas assim a areia cai!!!» «Eu sei, agora abre completamente a mão...» A menina assim fez, mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava. «Assim também não consigo mantê-la na minha mão!» A mãe, sempre a sorrir, disse-lhe: «Agora pega outra vez num pouco de areia e mantem-na na mão semi-aberta como se fosse uma colher... Bastante fechada para protegê-la e bastante aberta para lhe dar liberdade». A menina experimenta e vê que a areia não se escapa da mão e está protegida do vento. «É assim que se faz durar um amor...»

O blog não acaba amanhã... Juro

Esta coisa dos comentários ao fundo dos posts tem-me dado que pensar... Acho que a coisa não resulta. A maioria dos meus leitores prefere fazer os comentários telefonicamente, via msn e pessoalmente. Eu sinceramente não sei o que fazer, por um lado parece-me patético um blog com comentários, por outro, tenho esperança que alguém aproveita a ocasião para contribuir para aquilo que considero ser a grande vantagem dos comentários - a inscrição de um sub-blog. Vou manter a dúvida metódica mais uns tempos. A última reacção aOs Trintões teve a sua piada. A R. queixou-se que eu nunca falo dela... Querida R. falar de ti não é nada fácil. Não é mesmo. A R. não é trintona... Mas não é por isso. A R. merecia quase um blog inteiro! E com esta espero ter-me safado, por hoje... É que ainda há a F., a T., umas quantas S.,uns N., uns C., uns M., meu Deus (!) a lista cobre o alfabeto inteiro. Mas isto ainda está para durar... Palavra de A.

12.7.04

Ministérios em trânsito

Por esta altura em Portugal haverá muita gente a preparar autênticas campanhas à la Euro 2004 para acolher na sua região um ministério. A principal chega de Bragança. Um movimento, que muitos julgavam extinto, denominado "Mães de Bragança", está a apelar à criação do ministério da Família, com o alto patrocínio da associação das famílias numerosas (consta-se que para ganhar votos até prometem casas com muitas assoalhadas para os agregados que desejem o ar puro do planalto e um ambiente são). Atenção, isto é uma paródia. Não é verdade, mas como diz o outro, também noutra paródia, «Não aconteceu, mas podia ter acontecido». Que resta à nossa geração? Rir. Já agora, por favor, não ficar sentado.

9.7.04

E agora uma informação completamente inútil...

Chegou, como não podia deixar de ser, por email... UK Top 40 HIT. Descobri que no dia em que nasci a canção do momento no Reino Unido era "Mouldy Old Dough" interpretada por Lieutenant Pigeon... Loucos anos 70 aqueles...

8.7.04

Os poetas são serviço público

Porque será que a partir dos trinta começamos a trair o coração e deixamos progressivamente de emitir as sinais que ele nos envia? Será porque já nos parece piroso e perigoso dizer «amo-te»? Será porque dizer «tenho saudades tuas» é demonstrar fraqueza? Será que temos medo de não ser correspondidos? Será porque dá muito trabalho, já não vale a pena e as repetições só acontecem na Sic Gold? É por isso que os poetas são loucos, audazes, fracos, desarmados e heróis. A eles devíamos recorrer quando nos faltam as palavras, porque eles oferecem-nas e assumem a figura de tolos que receamos ver no nosso espelho. Neles reside o Dom Quixote, a loucura e a generosidade. E eu hoje apeteceu-me abusar dela. Aqui vai. Para quem sabe.
Chega de saudade Vai, minha tristeza E diz a ela que sem ela não pode ser Diz-lhe numa prece Que ela regresse Porque eu não posso mais sofrer Chega de saudade A realidade é que sem ela Não há paz, não há beleza É só tristeza e a melancolia Que não sai de mim Não sai de mim Não sai Mas se ela voltar Se ela voltar Que coisa linda Que coisa louca Pois há menos peixinhos a nadar no mar Do que os beijinhos que eu darei na sua boca Dentro dos meus braços os abraços Hão de ser milhões de abraços Apertado assim, colado assim, calado assim, Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim Que é pra acabar com esse negócio De você viver sem mim Não quero mais esse negócio De você longe de mim... Vamos deixar desse negócio De você viver sem mim... Vinicius de Moraes in "Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"

5.7.04

A Pátria cura

Numa das minhas peregrinações pelas travessas e avenidas espirituais, que costumo percorrer de tempos a tempos, aprendi que Portugal era um país de cura. O fenómeno Fátima, com o qual eu, enquanto católica, tenho uma relação ambígua e muito mal resolvida, seria o pilar dessa missão espiritual de Portugal no mundo e, sobretudo, na Europa. Não consigo estruturar esta ideia, vaga e inconsistente na minha cabeça, mas começo a acreditar que os portugueses têm esse poder entranhado - a Cura. Prometi a mim mesma nunca alinhar na fatídica trilogia nacional - Futebol, Fátima e Fado, mas nos últimos dias concebo que nascemos para sofrer, rezar e abençoar o destino, qualquer que ele seja. Agarrámo-nos à bandeira, ao hino, à fé, e quando o destino se entregou às mãos dos deuses do Olimpo "não passámos a bola" e seguimos em frente enxugando as lágrimas no verde rubro e nas vitórias que conseguimos somar dentro e fora das quatro linhas. Ontem senti-me verdadeiramente emocionada com as buzinadelas que ouvi na rua e com as imagens de tristeza, mas de grande dignidade, dos portugueses que ainda fizeram a festa, e fiquei com esperança na nossa capacidade de sarar as feridas abertas que vêm alastrando na alma do país. Agora quero muitas mais bandeiras, muitos mais cordões humanos e muitos mais gritos de guerra, por cada vitória alcançada, mas também por cada injustiça que teime em levantar-se em Portugal. Quero mais. Quero muito mais.

2.7.04

A sintonia não é uma coisa linda?

Não acredito em coincidências... Mas que elas existem, existem... Vejam lá este artigo espanhol que saquei do Blog dos Marretas...

1.7.04

Portugal no coração

... Mas não se iludam meus queridos! Continuo a adorar a "Spanish way of living". Jamais me casarei com ela, mas uns crimes e escapadelas...

Patriotismo

Tenho uma adoração por Espanha. Gosto da comida, dos horários, dos preços mais baixos, dos ordenados mais altos, da alegria, do cinema, da falta de modéstia, da língua, do expressionismo emocional, das revistas de decoração, da produção estética que as mulheres não se coibem de desfilar. Prefiro, apesar de tudo, os homens portugueses, abomino as dobragens e a maioria das praias. Mas, feitas a contas, o saldo é positivo e reuni já um considerável número de razões para me mudar... E não é segredo para ninguém. Há pouco tempo, numa das minhas muitas sessões de explicações aos amigos (que nenhum deles chegou a solicitar...) o meu amigo B., 'bê' de nome e de bélico, e que serve o País oficialmente, disse-me que não é bem assim, que em Espanha não se vive assim tão melhor que em Portugal, etc, etc, etc. O costume. No entanto, o B. disse-me também, com alguma mágoa, que nota que as gentes portuguesas mais informadas e bem colocadas (as chamadas elites) estão cada vez mais viradas para Espanha, o que já não é de hoje e que, tal como outrora, serãos as bases (ou o povo...) que na altura certa farão a inversão e trarão de volta o País aos nossos corações. Confesso que fiquei a pensar nisto e não considero este discurso, nem um pouquinho, nacionalista ou desconfiado. Pelo contrário. Faz sentido, muito sentido até. Faz ainda mais sentido quando tomamos consciência que o Povo somos todos nós.

Querer é poder

É absolutamente fundamental, para a compreensão deste post, a leitura prévia do "Homens temporariamente sós", publicado em 16 de Junho. A minha amiga C. enviou-me, a propósito da questão levantada pelo nosso amigo: «Afinal o que raio querem as mulheres?», um precioso comentário que passo a citar:
A questão colocada por esse amigo é discurso "refinado"... Parece-me que a questão é menos complexa e passa por questionar-nos: O que é que eu quero?. Devemos começar primeiro por observar a "nossa casa" e só depois explorar a do "vizinho"!