29.7.07

pois é

Love is friendship on fire.
Ouvido entre a sesta e um filme de sábado à tarde. No sofá.

água tónica

Não é para me gabar, mas já houve um bar cujo gerente mandava comprar tónica de propósito para mim. Só para mim. Tenho amigos que também o fazem para mim. Só para mim. Eu podia fazer um tratado sobre as virtudes desta bebida amarga, cheia de bolhinhas e quinino... Mas isso agora não importa, quem ainda não a descobriu que o faça por si e a seu tempo. De momento, só me apetece agradecer aos que zelam pelo seu cabaz de bebidas à minha medida. Obrigada!

27.7.07

vestida de risos

A Menina Nua, Porto, Julho de 2007

Não é fácil. Esta menina estava envergonhada naquele dia. Eu acho. Por isso ficou tão bela. Tivesse posto os pés no chão e jamais teria feito pose. Teria saído porta fora antes de...

26.7.07

sweet child of mine

Desculpa Anita amiga, mas não encontrei na net imagens em ponto grande das maravilhosas capas dos teus livros. Vá lá, consegui duas das minhas três histórias preferidas... Só falta aquela vez em que foste às compras e andaste nas escadas rolantes (bolas, aquilo era uma coisa do além!). As bochechas rosadas e as nuances do teu cabelo envergonham qualquer director de fotografia, pois tu foste e sempre serás a personagem mais bem iluminada da ficção! Viveste sempre à conta da imagem, das roupas apropriadas às ocasiões, dos penteados variados, ora curtos ora compridos (diz-me lá, tu já usavas extensões?), desses olhos enormes sempre embaciados... E assim me levaste, meiguinha. Até mamã me fizeste acreditar que seria e, valha-me Deus, sonhei que ia para a montanha!!! Eu! Hoje quando me lembrei, já nem sei porquê, dos teus livros, sorri ao pensar que estes preferidos, que eu levava para a cama todos as noites, não têm muito a ver com a Ana crescida em que me tornei... (tirando o das compras, claro). É incrível como a ficção pode confundir a realidade. Por outras palavras, como a infância é um poderoso testamento do que ainda podemos ser. Herança anunciada, será?

18 de setembro

É melhor comprar já o bilhete, que o Coliseu costuma encolher em dias de grandes acontecimentos.

wherever

Alguns amigos já me fizeram notar que, ultimamente, sempre que saio de Lisboa comento: "Era capaz de viver aqui". Falo de sítios que jamais me tinham cativado, ou que não fazem o meu género. Ultimamente, de facto, a única coisa que posso afirmar é que sou do género feminino.

17.7.07

tonight

"Fear and Loathing in Las Vegas", 1998
Johnny Depp e Benicio del Toro apresentam. Eu deliro.

aos 30's

Pior do que achar que se sabe tudo é perceber que não se sabe tudo e ainda achar que isso é bom. Não sei se me sinta estúpida se abençoada.

lisboa

"She don't live here anymore", respondeu-me um turista de máquina fotográfica ao peito.

16.7.07

Desde muito cedo estar só foi um estado estruturante da minha existência. Foi que me encantei por quase todas as cores, sabores e texturas que povoam os meus sonhos, as minhas conquistas, as minhas listas de afazeres e de metas. A solo construi um ideal de homem, de vida, de profissão, de lar. Sozinha desmontei as doutrinas que me impingiram. Sem dizer nada a ninguém inventei tanta coisa e tantas imagens no espelho que fiquei presa na minha rede de conexões internas, sem abertura a operadores externos, mesmo estando rodeada de gente a toda a hora. Sou tão eu cada vez mais que até me assusto. Perguntam-me se não tenho medo da solidão, de estar sozinha... Mas haverá outra forma de estar? Não há nada pior que estar fora de mim. Acreditem. Quando estou na minha presença, têm-me mais do que nunca.

6.7.07

casar

Inventamo-nos todos os que casamos. Um amor, uma casa, um lar, uma família, um conceito de vida em conjunto... tudo é inventado a dois, e antes disso cada um por si. O real existe assim. O casamento é a forma mais terrena de invenção. E eu gosto de casar, porque tenho uma imaginação fértil. Amanhã é o dia da F. e do X. fazerem a sua redacção de futurologia. Quero dizer-lhes que só o agora importa. E agora é (eles são) uma bela invenção.

2.7.07

we know a place where no planes go*

Amanhã vou a um festival. Tenho uma relação de amor-ódio com este conceito de espectáculo musical, misto de concentração e de romaria de estilos. O pó, as deficientes condições higieno-sanitárias, a multidão, as filas... enervam-me. As actuações, por seu turno, ficam (quase) sempre aquém do que soam num recinto coberto, mais pequeno, à porta fechada, com direito a todo o protagonismo que só um concerto único assegura. Mas ainda me lembro dos primeiros Super Rock, dos Morphine, dos Faith No More e até dos The Cure, coitados já um bocado em baixo de forma, e, e... pronto amanhã está lá uma das minhas bandas e eu não posso faltar. E vou gostar de cada grãozinho de pó e de cada cotovelada. E talvez um abraço, ou mais. Os festivais podem ser muito afectivos.
*in No cars go, Arcade Fire