13.5.05

Os homens cata-vento

São de uma ambígua sorte.

Perdem o fio à meada a uma relação que "embrionaram" duradoura, levam tampa, perdem-se de amores e são capazes de se submeter a provas de endurance românticas, daquelas que só se vêm em filmes como o "Cinema Paraíso".

Cada vez que se propõem a subir a uma torre protegida por um dragão, atrevem-se até ao cume da decepção ou da conquista raramente compensadora.

Vão até ao fim e sofrem as maleitas das suas cruzadas com um misto de ingenuidade e confiança na descoberta do verdadeiro amor, a 'tal' que um dia lhes há-de lamber as feridas e regenerar a pele.

Até lá, entretêm-se a padecer de taquicardia crónica. Nunca desistem.

A diferença entre um homem cata-vento e um homem pinga-amor, é que o primeiro está sempre a virar-se para novas direcções com uma rapidez estonteante. Ainda agora caiu desconsolado da torre abaixo, logo se ergue de açúcar e flores, pronto a subir mais um Evereste.

Tem sorte por isso. Não fica encalhado. No entanto, também não desfruta de tudo o que ambicionou e merecia alcançar.

A sua maior virtude, na ambiguidade deste destino, é que jamais se gaba de coleccionar troféus, enquanto outros os ostentam por muito menos.

Mulheres cata-vento? Existem em igual quantidade, mas eu nunca ouvi falar de cavaleiros andantes de saias. Além disso, é de homens que hoje me apetecia falar.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas também as há. Aquelas que, na procura eterna de um "príncipe encantado", esbarram incansavelmente nos mesmos enganos.Porque o que é mesmo aliciante não é o fim em si, mas a conquista!!

7:38 da tarde  
Blogger Francisco said...

E então as caçadoras? elas existem...

9:12 da tarde  

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