29.3.06

Dia Mundial do Teatro em diferido

São viciantes.

ausência

A minha ausência até tecnologicamente foi comprovada. Recebi emails onde se lia: "O que se passa com o teu telemóvel? Dá número não atribuído!"

A questão técnica já está resolvida.

21.3.06

Dia Mundial da Poesia

Sempre que quero lembrar-me de um poema, só este...

"Na cidade nocturna luminosa,

com mil olhos aquáticos pintados"

Yvette K. Centeno

... e hoje na Casa Fernando Pessoa.

20.3.06

falsas questões

Foto "emprestada" pelo E Deus criou a mulher... de onde mais poderia ser?

Sobre elas. Haverá vida depois do bisturi? O que vale? O presente do decote ou a lisura do passado?

Por causa da Penélope Cruz e de outros modelitos da actualidade...

A beleza natural também pode ser uma falsa questão. Também é verdade que é uma questão que me diverte.

my breakfast at...

Este domingo, depois de rever pela, já perdi a conta, ...ésima vez "Boneca de Luxo", perguntei-me onde tomaria eu todos os dias o pequeno almoço, antes de me fartar do lema "podes ver, mas não podes tocar"?

16.3.06

hoje fazes anos

Aí celebram-se os aniversários? Não podes apagar as velas, mas tens um céu inteiro a iluminar-te o rosto que guardo. Tal como tu, também as estrelas jamais se apagarão. Não posso dar-te um presente, mas peço-te um. Envia-me um estrela, nunca vi uma estrela cadente. Fazes-me isso hoje?

15.3.06

reality shows

Nos dois últimos sábados, o Jornal da Noite da SIC presenteou-nos com reportagens da vida como ela é, ao jeito do jornalismo de proximidade a que a televisão de Carnaxide nos habituou. A SIC mudou para melhor a maneira de contar estórias, disso não há dúvida. Às vezes sobra-lhe em forma o vazio de conteúdos, outras o conteúdo transborda a forma, mas em ambos os casos safa-se com os trejeitos de rigor, objectividade e cuidado visual que continuam a marcar o seu percurso neste condomínio fechado em que habitam os média portugueses.

As duas reportagens de que falo detiveram-se no acto de parir e nos processos que o coadjuvam (enfermeiras, médicos, serviço de refeições, lavandarias, desabafos, lágrimas e afins) e nos jovens adultos trintões que ainda habitam no "Hotel Mamã". Foram dois trabalhos que me deram náuseas, mas por razões completamente distintas.

O primeiro, nos décors da Maternidade Alfredo da Costa, confesso que deixei logo de ver quando uma senhora começou a gemer para a câmara, escancarada e a dar à luz da TV a cabecinha do inocente que das suas entranhas saía. Entre pernas, salvem-se as devidas diferenças no perímetro da coxa e nos designs da depilação, somos todas iguais. Exceptuando quem nasceu de cesariana, também saímos todos pelo mesmo sítio. No ciclo preparatório já a minha professora modernaça de ciências me tinha dado a ver uns 'slides' com a mesma operação dilatação, saída, relaxe e costura. Nada de novo, portanto. Anos mais tarde, a maluca da professora de Psicologia, mãe de quatro a caminho da quinta, dizia-nos para olharmos o Estádio da Luz em dia de derby e pensar que todos que ali estavam tinham nascido... Quando o banal é visionado, perde o encanto natural que às coisas banais sempre resta. Num exercício de zapping ainda fui ouvindo uns desabafos das enfermeiras da casa, da senhora a mandar vir toalhas, da pequenita de 4 anos que foi conhecer o rival sem dentes, do papá a chorar de comoção... enfim. Desisti. Pelas portas da maternidade reservo-me a entrar para visitar ou, quem sabe, ser visitada.

Segunda reportagem. A vida também como ela pode ser. No "hotel mamã" os hóspedes a que a SIC deu tempo de antena (desconfio se não terá sido de propósito...) eram do tipo inquilinos indesejáveis, capazes até de concorrer a um casting para um thriller psicológico... Esta reportagem teve a sua graça, embrulhada em análises sociológicas sobre a tendência dos jovens do Sul da Europa, sobretudo do sexo masculino, em permanecer em casa dos papás. O que me enjoou mesmo foi a leveza com que os jovens da reportagem encaravam a relutância em fazer-se à vida. Eram todos adultos, se bem me lembro na casa dos trinta, que preferiam fazer férias melhores e ter a cama feita e roupa lavada, ou continuar a viver numa zona xpto em vez de ganhar o seu espaço e assumir responsabilidades. Não me pareceu que algum deles estivesse a passar por um momento particularmente difícil da sua vida, que precisasse temporariamente dos mimos paternais (que tão bem sabem), que ganhasse o ordenado mínimo e não tivesse possibilidade de arrendar ou comprar casa, que estivesse doente... Desses não rezou essa reportagem, porque tal como a miséria que o povo vai segredando, também há muita tristeza encoberta.

No decorrer da reportagem, em que fiquei literalmente de boca aberta, lembrei-me desses jovens adultos que não ganham para a vida que merecem, no final da reportagem só imaginava as minhas amigas solteiras e boas raparigas num jantar romântico a ficarem com a sobremesa entalada quando o rapaz cheio de auto-confiança lhes comunicasse que ainda vive em casa dos papás... E ri-me. Ri-me disso e ri-me da miséria de mentalidade aqui tão descoberta, na vida tal como ela é. Fazer o quê?

*as regras da atracção (on line) 2

Submeter-se conscientemente a todo o tipo de intrusões na vida privada. On line, a privacidade é um intervalo para onde vamos, como se diz na TV, descansar da canseira dos dias.

*Baseado em casos reais.

vou lançar-lhe uma OPA

Ele está a pensar na proposta, muito seriamente.

12.3.06

*as regras da atracção (on line) 1

Não confiar, nem desconfiar. Ficar no limbo, entre o teclado, o ecrã e a vida nos espaços off line.

*Baseado em casos reais.

11.3.06

o melhor estilista português

Luís Buchinho. Não tenho sequer uma peça de vestuário dele (infelizmente), mas sigo com alguma atenção o seu trabalho, sobretudo desde que há umas edições atrás fui até à Moda Lisboa. Da experiência que vivi na ocasião, nos bastidores daquela passadeira de figurinos e figuras que pouco ou nada têm a ver com a moda, não posso falar, porque não quero comprometer um dos eventos que Lisboa se esforça por manter, e bem, no cartaz de boas-vindas à internacionalização.

Não seria justa para quem leva à séria e com esforço, pelas partes artística e comercial (uma não deve ir sem a outra), a iniciativa que já soma quinze anos e merece todo o apoio institucional. Nestes eventos, ao contrário da moda propriamente dita, os acessórios devem ser completamente descurados.

...

Mas não é sobre a ModaLisboa este post, é sobre o Luís Buchinho. Gosto dele, do seu rigor, dos recortes e das sobreposições, dos tecidos que não são pindéricos, do show que não é off, da elegância, da humildade... Este rapaz merece. Que tenha sempre Paris e muitas páginas na Vogue, é o que lhe desejo.

Nota a potenciais compradores dos meus afectos: Para mim pode ser qualquer uma das peças que defilaram no dia 3 de Março na semana da moda de Paris... Até aquela camisa branca da foto, e vejam lá que tapadinha e sóbria que ela é. Quem diria?

10.3.06

aleluia, aleluia, aleluia!

Este é um cântico de louvor ao regresso do Código, depois de problemas técnicos indecifravéis que só a minha santa Lolita foi capaz, nem quero saber como, de resolver! Quem tem amigas boas, quem tem?

7.3.06

não me apetece encher chouriços

Quando tiver um bom bife de carne barrosã no prato, volto. A que horas fecham os talhos?

5.3.06

este ano estou ausente por motivos profissionais...

...mas o meu pensamento está contigo Joaquin... Deus te abençoe.

pequenos prazeres

Iniciei uma nova terapia. Prescrição: Recordar diariamente, ao deitar, ou em jejum, uma coisa chata, ou mesmo má, que nunca me tenha acontecido. Por exemplo, nunca tive de gramar uma reunião de condomínio.

manias

Estas correntes são uma mania. Porque tenho a mania de responder, e porque foi a Sony Hari que me pediu, cá vão aquelas a que me dou maníaca assumida:

- Dar conselhos, a quem pede e a quem não pede, porque tenho a mania que sei sempre tudo;

- Comprar a Vogue todos os meses e acompanhar as tendências de moda, mesmo que não as cumpra. Gosto de saber o que transgrido;

- Fazer dieta;

- Comer maçãs e brincar com os píncaros;

- Beber água de castigo;

- Levantar-me feliz da cama só por boas causas;

- Vibrar com a antecipação de uma festa;

- Contar dos degraus e os passos que dou em determinados percursos;

- Contabilizar os quilómetros que faço em todos os percursos de automóvel e memorizá-los;

- Ir sempre até ao fim da reserva de combustível no carro;

- Ouvir rádio e cantar no carro;

- Ir à FNAC vasculhar os filmes, os CD's e os livros, e anotar numa lista os que quero comprar ou receber de presente;

- Nunca estar mais de 10 minutos sentada no trabalho e arranjar mil e uma desculpas para ir perturbar os colegas das salas vizinhas;

- Trabalhar a solo;

- Ir ao cinema sozinha às sessões das sete da tarde;

- Dizer: "Cada um tem o que merece", mas achar que eu não mereço nem metade do que me acontece, bom ou mau...;

- Andar sempre a lavar as mãos e tomar dois banhos diários;

- Comprar malas, brincos e demais acessórios que às vezes não dão com nada e depois andar à procura de roupa a dar com eles;

- Querer emigrar;

- Olhar-me no espelho e fazer poses e desejar que estivesse ali alguém invisível com uma máquina fotográfica, porque é nessas alturas que eu estou mais gira (a luz da minha toillette é muito boa, parece de estúdio);

- Queixar-me da idade;

- (...)

Tenho a mania de colar post it a torto e a direito e de listas infindáveis... Como esta.

2.3.06

cavaleiros andantes

Os homens que nos querem salvar andam aí. Acautelem-se. Têm um faro especial para detectar alguma ansiedade, rotineira para nós mulheres, mas gravíssima para eles. Qualquer olhar mais triste e vago, um lábio descaído que não repuxe o riso, ou um sorriso para o desmaiado são "sinais" que lhes enviamos para subirem à torre onde, supostamente, nos refugiamos a dias e de onde queremos desesperadamente sair nos braços deles. Alguns querem mostrar-nos a luz, outros fazer renascer a menina que há em nós. Uns ensinam-nos alguma coisa e muitos aprendem connosco no entretanto deste vaivem de sentimentos avulsos (não necessariamente falsos). É tudo uma questão de trocas emocionais. É tudo uma questão de paciência. Nem sempre é perda de tempo. Às vezes ganha-se tempo que já estava dado por perdido. No fundo todos queremos ser salvos.

elas vêm aí*

A Cowparade vai invadir Lisboa em Maio. Até lá há vacas a concurso neste pasto. Eu gosto desta aqui de cima e se vocês também gostarem era bom, porque o projecto é de amigas minhas. Mais directa é impossível.

*À atenção especial do M. Jorge Marmelo.

NOTA: Há várias vacas à Galo de Barcelos, mas só esta é que tem crista!!! Atenção!

os filmes entre nós

"Orgulho e Preconceito" e "Walk the Line" são as duas fitas românticas da saison que estão a fazer furor entre as minhas amigas. Suspiram, comovem-se, andam a cantarolar as canções do Johnny Cash (mal sabia ele que, via Joaquin Phoenix, ia voltar a agitar os corações femininos ), vão "googlar" o actor que interpreta o Mr. Darcy (o Colin Firth anda cheio de ciúmes), recitam falas, recordam cenas, e sei lá mais o quê... E eu não fujo à regra, também ando meia apanhada, sobretudo com o "Walk the Line"...

Porque é que a minha vida não é como nos filmes? Porque é que eu não posso viver uma história de amor assim? Aquilo sim é que são histórias de amor, aquele sim é que é um homem, blá, blá, blá... Já não as posso ouvir!

Caso de estudo - "Orgulho e Preconceito" (o livro já fazia estragos, mas as adaptações ao cinema e à TV deram cabo do resto)

A heroína Lizzie não tem propriamente a vida facilitada. O Mr. Darcy é um tipo soturno, calado, antipático, aparentemente insensível, desconfiado, preconceituoso, distante, com um receio terrível de manifestar os seus sentimentos e ainda por cima diz que há mulheres mais bonitas do que ela. Provavelmente, se cinema houvesse no seu tempo, a Lizzie andaria a ver filmes românticos e a dizer "Meu Deus, só eu é que não tenho sorte nenhuma! Ando para aqui apaixonada por aquele estúpido do Mr. Darcy. Tenho um azar com os homens! Porque é que a minha vida não é como nos filmes?".

Caso de estudo - "Walk the Line"

A estória é bonita, sem dúvida, e é real. Real! Não entendo, portanto, como podem dizer as minhas amigas que queriam uma estória de amor assim nas suas vidas, como se fosse a coisa mais impossível do mundo!!!... Se fossem elas a June Carter, andariam a queixar-se a vida inteira daquele homem drogado, auto-destrutivo, pancado, casado e pai de filhas que lhes deu cabo da vida. Teriam elas aguentado uma década de esperas, contratempos e desilusões? Se calhar até tinham, mas teriam depois chegado à conclusão que tinham vivido uma linda estória de amor? Duvido. Quantas vezes não teria a June Carter desejado que tanta coisa fosse diferente... Como nos filmes por exemplo?!

Felizmente eu confundo a realidade com a ficção. A vida, para mim, é tal e qual como no cinema. Destes filmes saio sempre mais leve, como se estivesse a ser filmada, com a vantagem de não conhecer o The End!

Já agora, para não serem apanhadas desprevenidas em cena, andem sempre giras e mesmo que estejam a viver um dia de cão procurem sorrir, nunca se sabe quando é que o guião vira a página e aparece um protagonista parecido com o Mr. Darcy ou com o atormentado J. Cash vestido de negro... E se aparecerem não lhes ponham logo defeitos e não compliquem, aí sim lembrem-se dos filmes e improvisem.

E fecho assim mais um consultório sentimental.