Sem sombra de pecado
Na cidade nocturna luminosa com mil olhos aquáticos pintados...
Yvette K. Centeno
O Bairro Alto está em forma. As ruas estão cheias (as esquinas então nem se fala), há bares com preços aceitáveis, há vintões, há trintões, poucos 'teens' e poucos quarentões (onde andam?), malta vestida com a roupa da avó e pijamas desportivos, muitos gay, cuecas nos estendais, uma ou outra rapariga com o salto entalado entre as pedras (não sabem que o BA, e meia Lisboa, pede calçado de guerra?), algumas vedetas à portuguesa a fazerem de conta que querem passar despercebidas, entre outros cromos autocolantes. Na última sexta-feira também devo ter sido uma "croma". A noite foi gira, mas não me encheu as medidas. Há muito tempo que as noites estão aquem do que os dias me pedem - boa música, dança, brilho, magia e poesia. Salva-se a conversa, que é sempre boa como as companhias que tenho o prazer de disfrutar, mas não chega para saldar a dívida que Lisboa tem comigo, é que nesta capela não faço eu 'mea culpa'. O pecado há muito que mora longe da noite na cidade, agora só há corpos que se portam mal, sem alma.
5 Comments:
Raramente vou ao Bairro Alto. Enfim...
O Bairro já não é o que era... nem nós já somos o que fomos. Chegam agora outros, com o mesmo deslumbramento nos olhos e a mesma urgência dos sentidos. Reparaste?
Eu deixei de frequentar sítios onde poderia cruzar-me com os meus filhos à porta.
Enfim... O Bairro Alto foi só um pretexto para falar na noite que ainda não encontrei... Só há uma solução, continuar a procurar! ;)
Isso dos pijamas desportivos é comigo?
Já sei q não gostas da minha maneira de vestir... e que te irrita! Mas confesso que salto agulha em pleno Bairro Alto já não condiz comigo...
"...
Lisboa andou de lado em lado
Foi ver uma tourada
Depois bailou, bebeu
Lisboa ouviu cantar o fado
Já era madrugada
Quando ela adormeceu"
;-) Kiss
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