Jantar de bons malandros
"Olha, inscrevi-te num jantar de blogues! Queres vir?". A minha amiga da Objectiva 3 já tinha programado a minha noite de sábado e eu, que sempre gostei de conhecer... desconhecidos, alinhei. O problema é que, afinal, a minha agenda mental não estava tão livre como gostaria. Todas as conversas acabaram por me fazer lembrar de outras confrarias e paixões... Acabei por sair da "blogoesfera" e viajar pelas camadas do subsolo, mesmo até ao núcleo. De regresso a casa, já de madrugada, pensei que o fenómeno dos blogues traduz-se nisso mesmo: Uma viagem ao centro de nós, feita de fugas instantâneas, excursões voyeuristas, escapadelas, espreitadelas pelos buracos das fechaduras alheias... Pequenos crimes, que se reuniram à mesa no último sábado por iniciativa do Zeca Telhado, bloguista convicto e fraterno, defensor daquele tipo de solidariedade resistente à esquerda da razão. Curiosamente, o seu era o único blogue que eu já tinha espreitado, por causa do encontro, mas acabou por resultar numa das minhas maiores falhas de comunicação no jantar. Eu não estava nas minhas melhores noites, confesso. Noutras ocasiões, tinha passado a pente fino todas as mesas e feito uma sessão de relações públicas de que não há memória... Fica para outra reunião. No entanto, outros blogues houve que me cairam na sopa e que eu não posso deixar de referir. Uma palavra especial para o Lusofolia, pela empatia e pela citação com que já me tinha honrado. O Melga é um querido, a sério, além de me ter acompanhado na minoria etária que acabámos por constituir no jantar. O Cidadão do Mundo tem uma energia fora do comum, e desconfio que a sua agenda mental também estaria ocupada com os milhares de coisas em que se afadiga, sempre à procura de outros mundos. O Bogquisto foi a boa companhia da mesa, serena e observadora, apesar das preocupações com a saúde deste país. A Baby Lónia é um furacão, e não é que já tínhamos entabulado uma relação comercial? O Sete Mares e o Nova Floresta são seres dados aos livros e às poesias, cabeças pensadoras...
À Com Pinga de Sangue, que acabou por me "roubar" a Objectiva 3 durante uma boa parte da noitada, não detectei nenhuma anemia intelectual. O Alex vinha de Santiago de Compostela, ainda estava com os fusos trocados e, já se vê, trazia a energia espanhola nas veias... Por fim, o Claque Quente, uma espécie de "semi-colega", fez questão já de nos brindar, à minoria feminina (eu fiz parte de duas minorias...) com um excerto do seu alter ego (cronista de maus costumes) e corre o risco de uma queixa conjunta à Alta Autoridade para a Comunicação Social! Vão ver meninas! Vão ver e dêem-lhe na cabeça... Por fim, que este post já vai longo, um reconhecimento sincero à malta do Porto, sobretudo à Maria que "linkou" a lista completa de malandros, e à Jacky, com quem eu mal falei mas que me pareceu uma super mãe. No próximo jantar levo o Suave Milagre que aproveito para recomendar vivamente, e que por esta altura deveria conhecer de cor todos os blogues presentes.
PS - Zeca Telhado, no próximo jantar escolhe um restaurante mais apropriado a este bando de pequenos crinosos, uma caverna menos modernaça e mais convidativa à conspiração. Embora, os empregados do "Brisa do Rio" tenham sido de um gentiliza a toda a prova.
7 Comments:
Menos gente e um espaço mais intimista seriam mais apropriados, concordo, mas mesmo assim foi bom, não só pelo jantar, mas por me colocar em contacto com blogs ainda desconhecidos mas que se revelam uma delícia, como este.
Um lugar mais recatado? Sugestivo? Intimista?... Ai-ai, não sei se esta "cabeça pensadora" vai ter autorização para sair à rua num dia assim... Mas, como o poeta é um fingidor, já lá dizia o Pessoa, se me convidarem estou tentado a deixar-me convencer.
Beijos, com sorrisos.
A conversa foi muito agradável. Até à próxima!
Pois... A energia do cidadão anda meio apagada devido ao excesso de trabalho profundamente coadjuvado por uma belíssima gripe (desconfio que plantada na fatídica noite). Beijos.
Fernando (cidadão)
Reiterando o repisado lugar-comum:
"o mundo é uma aldeia", pude constatar tratar-se afinal de "...uma rua".
Feliz reencontro, e pela melhor das razões!
kisses da baby ;)
Obrigada pelo elogio, apesar que quanto à Poesia depende dos dias
Empatia é isso mesmo, só existe se é recíproca.
Peço desculpa de só agora vir aqui agradecer a simpatia da tua citação.
Um xicoração do António Lusof.
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