7.9.04

Imortal (com a) idade

O Anjo da Morte às vezes assalta-me. Tenho uma boa convivência com ele e este affair já levou a que me atribuam frequentemente nomes simpáticos como gótica, mórbida ou, o mais consensual, maluca. Eu aceito. A verdade é que para mim o Anjo serve para me lembrar (e ainda hoje me fizeram lembrar da sua figura no Cemitério dos Prazeres, o seu lugar preferido em Lisboa)que a vida dá graças à morte por esta lhe lembrar a sua finitude terrena, porque a vida no além não passa, se formos rigorosos, de uma promessa alimentada pela fé que nem todos se podem orgulhar de possuir. Apesar do meu orgulho convicto, reflecti muito sobre o meu caminho para a imortalidade (se lerem o post "My imortal soul" percebem do que falo), e nos últimos dias tive mais uma confirmação que ela começa em "casa"... O adeus ao defunto "Os Trintões" acompanhou por mera coincidência (?) uma viragem na minha vida profissional. Na realidade, foi mais um fecho de um ciclo, ou o encontro entre duas extremidades de um ciclo antigo... Confuso? É. Entre ciclos, encontrei abrigo num barco seguro, animado por bons marujos e um óptimo capitão, que diariamente tentam levar a bom porto os seus ofícios, apesar das marés vivas e, tantas vezes estagnadas, do mar de gente da administração pública local. Nesse barco aprendi que umas vezes hasteamos a bandeira, outras limpamos o convés, noutras ainda remendamos as velas... Mas é aos marujos e ao seu capitão que eu dedico este post. Obrigada pelas palavras de estímulo, obrigada pelas saudades, obrigada pelo lugar cativo na tripulação. Obrigada por ser todos os dias um bocadinho mais imortal.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Querida Aninhas ;-)... nós é que temos de agradecer a tua passagem por este barco, deixaste boas marcas por aqui e boas recordações...
Dizem que ninguém é insubstituível... pode ser de alguma forma, porque as coisas vão-se fazendo, mas a tua presença é insubstituível, sem dúvida que aí não à ninguem que possa preencher esse vazio que é só teu, e que só tu preenchias com a tua energia muito particular!
Um beijo de boa sorte...

P.S. - Na realidade o barco é um só, às áreas de serviço é que são um pouco distintas, por isso não precisamos de atravessar nenhum oceano para nos reencontramos... é só combinar! :-) Obrigado por tudo

6:22 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

é bom saber que me consideram um bom porto de abrigo!vou reler essa parte nos dias menos bons, para o ego subir!!apesar de ter sido uma viagem rápida, gostei de descobrir uma boa profissional mas acima de tudo, uma pessoa super amiga, confiável, com um grade coração e mto bem humorada. obrigada pelo teu acidente de percurso nestes mares camarários pois descobri uma excelente alma neste enooorme barco...e já é tão difícil!!!!!Ah!... o barco continua a ter telefone fixo, mensager e telemóvel!!!só espero que não se afunde porque não sei nadar!!!!!!até breve

6:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Que vergonha......!

Este marujo chegou atrasado e quase perdia o barco. É o que dá estar de férias quando nos dedicam posts...
Também nunca me tinham chamado marujo ou considerado um porto de abrigo. Eu! Que tanto gosto de lançar âncora em porto seguro. Felizmente há pessoas como tu: malucas!!!
Cá continuaremos a nossa labuta marítima e terrestre sem nunca esquecer que o quarteto já foi um quinteto bem afinado!
Um beijo enorme e um voto de amizade eterna.
Boas navegações e não te esqueças: se estiveres em apuros acena ou grita, porque haverá sempre um bote salva-vidas pronto neste navio aportado.

7:46 da tarde  
Blogger AS said...

:) deste tamanho todo.............................................................................................................................. para vocês!

8:23 da tarde  

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