Febre
Fui à terra na Páscoa. Cada vez gosto mais dela. Não é minha, é dos meus pais, os pais são meus, a terra é minha. Certo?
É frequente nestas idas a Coimbra ouvir estórias da juventude dos meus pais. Desta vez a minha mãe, sentada na sala da senhora Maria, uma senhora que é um mimo, contou que quando tinha 22 anos teve "febre asiática". O que é esta febre não sei e acho que não tem nada a ver com aves... Mas foi um febrão. Acontece que na mesma ocasião o senhor José, falecido marido da senhora Maria, sportinguista e ocioso de gema, teve a mesma febre, a asiática. A senhora Maria, que é um portento de saúde, andou então nessa altura à cabeceira da cama do marido e da cama da minha mãe a afugentar-lhes a tal febre que lhes pôs os olhos em bico.
O senhor José, que estava para Maria, como os pais d'Ele, escreveu na altura um bilhetinho à minha mãe, de doente para doente, que rezava assim:
"Se é doença, ature-a. Se é paixão domine-a".
A minha mãe jamais esqueceu a mensagem. Naquela altura já andava enamorada do meu pai.
Adoro ir à terra.
4 Comments:
Nem de propósito. Este fim de semana também se falou da febre asiática lá pela minha terra... beijinhos
Adorei essa da "Se é doença ature-a. Se é paixão domine-a".
Sabedoria de outros tempos aplicados aos dias de hoje!!!
Não conhecia este cantinho. Gostei. Vou voltar.
Por andas tu?
À terra???!!! À terra?????
É assim que tu tratas a cidade dos estudantes mulher??!!!!
Eu nunca fui fã de Coimbra, mas chamar-lhe "terra" é, no mínimo, deboche de lisboeta empertigada ;)(adoro esta palavra)! Ah pois é!!!
Sapatilhas e cruzetas é que é!! Abaixo os ténis e o cabide!!
Ehehehhehe
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