11.2.05

Afinal não fui adoptada

Chego a pensar muitas vezes que não sou de cá. Nos meus sonhos mais anti-patrióticos, alguém de muito má rês teria raptado a minha família (sim, que essa eu não dispenso) de um outro país "mais melhor em tudo que Portugal", e hoje mais não seríamos que filhos adoptivos da classe portuguesa...

Estes sonhos de muito má recomendação, sobretudo a menores que ainda não têm todos valores ingeridos e opiniões formadas, sucedem-se nos últimos tempos a um ritmo alucinante e nem as insónias me safam.

Mas, pai é quem cria... E Portugal me criou... E eu não degenerei.

Ontem à noite, no trilho do Chiado, perto do Tribunal da Boa-Hora, dei com o meu carro assaltado. Passei-me. Barafustei. Quase chorei. Ainda por cima para roubarem zero. Não tinha nada, absolutamente nada de valor lá dentro. Em troca recebi um vidro partido e os assentos de trás cheios de estilhaços que ainda não consegui tirar.

Ocorreram-me logo "pensamentos de velha na feira a falar com um político que anda em campanha": Veja lá se acaba com os drógados, esses malandros que nos assaltam. É uma vergonha, não há segurança...

No segundo imediatamente a seguir, veio a lógica do "podia ter sido pior e até tive sorte, e há gente coitada mais infortunada": Oh... Por acaso o ladrão até foi sério, partiu só o vidro, não estragou a fechadura, não riscou, não vandalizou, não sujou... Até partiu o vidro mais pequeno e mais barato. Podia ter-me acontecido o mesmo que à B. a quem rasgaram os estofos e queimaram o tecto, e arrancaram o 'tablier'... e.... Vá lá, vá lá.

Estão a ver? Agora digam lá, sou ou não portuguesa verde-rubra?

1 Comments:

Blogger AW said...

Eu vivi aí perto do trib da boa hora e deixava o carro na rua Nunca aconteceu nada ... não ligues, há dias de azar ... estatisticamente as probabilidades de uma vez o carro ser assaltado são grandes, já passou, não acontecerá mais :-)

11:56 da manhã  

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