5.2.05

Empatias

Estou "empática". Isto foi para mim:

«(um amigo) Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa.»

Com a assinatura do poeta maior Vinicius de Moraes, contraí assim mais uma empatia na blogosfera. Esta, bastante visível por sinal, foi apenas uma de muitas. Todos os dias descubro palavras - de direita, de esquerda, machistas, feministas, simplistas, fatalistas, infantis, pueris, sagradas, pagãs, banais, cristalizadas... e tudo o mais que as palavras sabem ser - que tocam as minhas extremidades nervosas e sensíveis, e perfuram o meu sistema imunológico, cada vez mais debilitado.

São empatias. Uma patologia a que sou dada, mais pelo lado do ADN, do que pelo do contágio.

As palavras dos outros às vezes tocam-me tanto que, mesmo traduzindo ideias adversas às minhas (o que não é difícil, já que o meu código genético é por natureza adverso até prova em contrário), entram em mim como anticorpos que não consigo rejeitar.

Juro assim perseguir essas células gémeas até que as minhas impressões digitais sirvam para agarrar o teclado.

3 Comments:

Blogger AW said...

:-)
idem de uma fã de palavras alheias, de umas mais do que outras, naturalmente

9:07 da manhã  
Blogger Toix said...

Também gostei muito desta tua nova amizade. Vocês merecem-se.

11:50 da manhã  
Blogger Roxanne said...

santinha! :-)
às vezes acho que temos "defesas" a mais, deixa-te contaminar sem medo, o que alma absorve a alma transforma...beijinho

12:44 da tarde  

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