Nunca é demais lembrar
Recomendo a leitura deste post. A autora, que não conheço, vive em Espanha, o que é um dos factores que me motiva à leitura do seu blogue, já que nutro um fascínio pelo país vizinho. Concordo com tudo o que ela escreve sobre a violência sobre as mulheres, e nem sequer fiquei surpreendida com os números que nos revela de uma Espanha de sucesso; O desejo de superioridade que se manifesta em bofetadas e abanões não é exclusivo dos países pobres.
Há muito tempo que acho que a violência dos homens sobre as mulheres começa ainda antes dos murros. Há aquela sacanice rasteira e subtil que atropela a vida de algumas raparigas ainda antes de serem mulheres - não usar mini-saia porque o namorado não gosta, não se pintar muito porque o namorado não gosta, não sair com as amigas porque o namorado não gosta... Por aí fora. Daí até a um casamento de submissão, com um namoro e noivado castrador pelo meio, é um passo bem mais pequeno que aquele que já mulheres elas terão de dar para se libertar do jugo em que se meteram, e que consentiram.
Como é possível estranhar a primeira bofetada se a violência começou, por exemplo, quando o homem a fez sentir culpada porque as camisas não estavam passadas ou o jantar por fazer? Isto acontece todos os dias em muitas casas, de Telheiras a Chelas. Nem todos os casos, felizmente, acabam no espancamento. Mas é óbvio que são potenciais núcleos de má formação das gerações que hão-de procriar.
Poderia continuar aqui a escrever parágrafos e parágrafos sobre a violência doméstica... Não o vou fazer. Apenas peço a todas as mães e pais que eduquem os vossos filhos para a igualdade e respeito.
1 Comments:
concordo que o problema começa muito antes da violencia se efectivar fisicamente. Fui educado a pensar que esta geracao ja' nao seria assim. Puro engano. Mas já que continua a haver homens sem clareza de espírito, cabe às mulheres ceifar estes cenários na raiz.
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