4.8.05

Gaivota ou gato?

De tão muda que fiquei, trôpega, incapaz de descrever as emoções que a "História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar" do Sepúlveda me provocou, só agora consigo...

Ofereceu-mo um querida amiga com dedicatória oral "Lê que te vai dar força!". E deu, por acaso.

Nem sequer é muito o meu género, animais a falarem, sem homens nem mulheres enrolados em sentimentos e perturbações quotidianas, sem suspense e mistérios, sem divagações mortíferas sobre a existência.

Demorei a pegar-lhe, pendia-me a crítica para a seca, molhava-me as mãos o nervosismo das leituras obrigatórias. Que se há-de fazer? Embirro a priori com uma série de coisas nem sei bem porquê.

Lá o pus na sacola na ida para a praia. Então esqueci a água que, disseram-me, até estava morna, e o mar flat como eu gosto. Esqueci o Perna de Pau (com letra maiúscula que com os sabores da infância não se brinca). Esqueci-me de ser casmurra, pronto.

Li.

Afinal molharam-se-me os olhos, e secaram-se-me as peles, que até do Sol em cima de mim me esqueci.

Agora só não sei uma coisa. Serei gaivota ou gato?

Eu gostava de acreditar que sou a gata em telhado de zinco a ferver. Eu gostava de esquecer que sou a gaivota a tremer.

2 Comments:

Blogger Lolita said...

Conheço-te faz tanto tempo e nunca pensei que nunca tinhas lido o meu livro favorito de sempre...
Tás a ver a razão de querer um gato preto? ;-)

3:32 da tarde  
Blogger Francisco said...

Eu também gostei muito deste livro.

Aquela parte em que o gato fala com o humano...é muito engraçada!

5:54 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home