26.7.05

Dor de liberdade

Foto do Photography Blog

A Cris está em Nova Iorque. Minha amiga de carteira na mesma escola de vícios públicos, minha amiga de banco nas longas horas de espera nos serviços de urgência em que coexistimos, aos atropelos, com mais uns milhões de seres. Minha amiga de trabalho, minha amiga de vida.

A Cris é livre e está finalmente na cidade que para mim representa a liberdade. Digo-o com uma ponta de inveja e com orgulho, porque a Cris ultrapassou uma barreira para lá estar - tão simples nestes tempos, em que viajar entre continentes, com saldos na net e agências aos pontapés, é mais fácil do que atravessar a IC 19, tão complicada quando se sente a dor de ser livre.

A liberdade dói e quem nunca o tenha sabido nunca foi livre. Dói tanto como a prisão, porque não apresenta desculpas para a inércia, antes exige o avesso - esgotamento de viver.

Correr até uma meta imaginária, abrir os poros, construir um não sei quê mesmo que se destrua um pouquinho de outra coisa, respirar sem medir o ar dos outros, mas também sem lhes tirar um dia de vida que seja, sentir que as obrigações são devoções, que o prazer foi ganho e não roubado.

Liberdade é saber o que fazer com o tempo, sem questionar se ele veio antes ou depois de qualquer coisa. O tempo é a única coisa que passa sempre à mesma hora. É uma questão de estar lá.

A Cris está em Nova Iorque.

Que o tempo te traga na hora certa minha querida.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

MIGA

Ler o teu blogue em Nova Iorque deixou-me emocionada!!!

Prepara-te para quando eu chegar... vai ser dose!!!

Beijos.

P.S. 1 Esta cidade e o maximmmmmmmmmmo!
2. No entanto, sinto a falta das nossas conversas!!! ;)

Cristina

1:27 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home