Deprimidos mas pouco...
Estive três dias fechada num hotel... Não, não estive a olhar para o tecto, num quarto com vista para a cidade! Nestas últimas jornadas frequentei um curso sobre a modernização administrativa (o que constitui um fait-diver deste post) e à hora de almoço escapei para pôr a conversa em dia com algumas amigas. Todas elas estão deprimidas... E mais: Falámos sobre os ausentes que também estão deprimidos. Gajos e gajas. Ontem ao fim da tarde, e também fim de curso(graças a Deus!)fiz o ponto da situação com a Anita, enquanto comíamos um gelado na Feira do Livro e vasculhávamos descaradamente os livros nos quiosques. Pois é, dizia a Anita, a nossa geração é a dos deprimidos! Eu também acho. Sem qualquer tipo de pudor científico estabelecemos as coordenadas, analisámos as variáveis, contabilizámos traumas e pancadas e chegámos à mesma conclusão. Fomos mimados por pais fantásticos, conservadores na sua maioria talvez, que nos abriram o caminho, dentro das suas possibilidades, para uma educação "superior" e para uma vida regalada. Caminhando ao nosso lado, os nossos pápás, que nos transmitiram valores preto no branco, não se aperceberam que fomos descobrindo os cinzentos da vida. E agora vemos o quanto a realidade e a aprendizagem estão desajustados. Não estávamos nada preparados para isso. Porque nós ainda somos, como naquele filme "O Primeiro Beijo", imagens obstinadas da idade da inocência vivida nos longínquos anos setenta.
1 Comments:
a verdade é que por conta disso acabamos sentindo-nos deslocados do tempo por sermos criados como os outros, sendo que os outros de hoje em dia já não pensam mais assim.
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