arquivos
Costumo dizer: Diz-me o que arquivas e dir-te-ei quem és.
Eu, por exemplo, deito tudo fora, detesto ter coisas em casa que não uso e jamais farão falta. As acções de limpeza de papéis, roupas e demais objectos fora do prazo dão-me o gosto de estar a pôr ordem na casa e na vida. Só há uma coisa que sou incapaz de arremessar para o lixo - cartas e postais. A palavra escrita é sagrada e os seus autores, ainda que da maioria desconheça já o paradeiro, são ainda mais sagrados.
Ontem vim a confirmar uma suspeita. Eu já sabia que a minha amiga G. guardava ainda bilhetes de concertos da faculdade, mensagens que escrevíamos nas aulas uns aos outros, bases de copos autografadas nas noites de boémia, etc... Ontem confirmei que também arquiva e-mails! Enviou-me uns datados de 2003 (!), que trocámos por causa de uma noitada que estávamos a organizar com especial cuidado. Sob o lema: "As nossas conversas não mudam nunca...", revi-me divertida, e até emocionada, nas parvoíces inocentes que relembram a faculdade, conferem com o presente e são, na certa, um pronúncio do futuro.
Lá estava eu a mandar no que elas, as interlocutoras e convivas da tal noitada, deviam levar vestido, dos pés às orelhas.
Pelo que a G. arquiva, o que posso dizer? Que a G. está ali para nos recordar que a juventude, tal como a amizade, são eternas.
Agora estou ainda muito mais descansada... Posso continuar a deitar tudo fora, porque quando precisar vou aos arquivos da G.
PS - Para o arquivo de imagens conto com a R. Prometo que nunca mais refilo com a mania de andares sempre com a máquina atrás e até me disponibilizo para uma sessão especial.
2 Comments:
O "rewind" acalma-me, lembra-me que o filme ainda não terminou... Beijinho
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