sinais
Sicronicidade, destino, acasos que não são coincidências... Os livros e os gurus da viragem espiritual do mundo ao alto desdobram-se em explicações e relatos do quotidiano que nos sugerem uma ordem das coisas. As palavras progressivamente vêm significando que tudo pode ter uma explicação, aquela que poderá residir num Universo pré-programado apesar dos caos em que co-existimos. No meio de tudo ficam os Eu's. Nós. Imersos num mundo que comunica desde que nos levantamos até que adormecemos (com o bónus de sonhos para quem abre a porta ao subconsciente), munidos desse livre arbítrio que nos lixa o juízo (a mim pelo menos lixa). Ultimamente, sinto que vivo numa espécie de teoria da conspiração, um consórcio de sinais e alertas que bombardeiam as minhas convicções e as minhas decisões (algumas adiadas há muito tempo), no cinema, na página de um livro que abro ao acaso (?), num telefonema, num encontro casual (?), na experiência de um amigo, na rua, nas lojas... Quase enlouqueço entre o riso e a expectativa que me provocam. Mas quando os sinais assentam no meu ombro, fica um resíduo de solidão. Sou incapaz de os sacudir, mas também não sei que lhes faça.
1 Comments:
Per te:
Era già l'ora che volge il disio
ai navicanti e 'ntenerisce il core
lo dì c'han detto ai dolci amici addio;
e che lo novo peregrin d'amore
punge,se ode squilla di lontano
che paia il giorno pianger che si more;
quand'io incominciai a render vano
l'udire e a mirare una de l'alme
surta, che l'ascoltar chiedea con mano.
Dante - A divina Comédia - Purgatório Canto VIII
Traducao:
Era a hora em que o navegante sente a saudade invadir-lhe o coração, e o faz reviver o dia em que deu adeus aos amigos queridos.
Era a hora em que o novo peregrino sente o amor perfurá-lo, ao ouvir o sino distante, que parece chorar pelo dia que morre.
Naquela hora, eu não mais ouvia o que Sardello dizia, mas olhava para uma alma que, levantada, com as mãos erguidas, pedia nossa atenção.
Bruno
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