31.5.06

dose dupla

Com ela não há vistas nem ângulos únicos. Nos bons tempos, a Objectiva tinha queda para pôr o dedo na ferida, mais concretamente nas feridas a céu aberto da cidade, ou quando o romantismo lhe pesava rebolava-se nos cenários cinematográficos de Lisboa. Actualmente, a Objectiva 3 da Cristina está pouco activa e a máquina fotográfica, que é uma boa máquina... e mais o tripé e lentes e coisa e tal, está em estado de letargia profunda. Eu sei que não tenho muita moral para falar, mas falo. O blogue da Cris, que comemora hoje dois anos, continua a ser aquilo que são todos os blogues - uma reserva mental. Parabéns amiga.

23.5.06

quem quer ser uma movie star?

Casting para curta metragem

Dia 10 de Junho, no estúdio Q da Universidade Lusófona.

Pretendem-se:

Crianças sexo feminino de aproximadamente 10 anos

Mulheres entre os 25 e os 40 anos

Homens entre os 45 e os 55 anos

Contacto: jbarbphoto@gmail.com

22.5.06

maximizer sim, menos nisto...

... "Tratam as relações humanas como a roupa. Experimentam muitas."

De resto Johnny, na tua lista faço o pleno. Dá uma trabalheira.

date

Gosto da palavra que aprendi nos filmes. Date, às ceguinhas ou à descarada, é um termo que uso mas não divulgo. Ninguém sequer imagina quando ele se atreve a passar a minha linha do Equador, aquela que está entalada entre o coração e a garganta. Difícil é combinar o date, às vezes é mais complicado que um acordo de pescas, mas nunca será em vão como um Tratado de Quioto.

o lado pimba

Não é à esquerda nem à direita. Está no âmago da sinceridade que nem sempre é tolhida pelas convenções, a estética e o bom gosto que nos orgulhamos de ter. O lado pimba dá os tomates à senhora, ao cavalheiro, à menina e ao menino. Pode ser o colarzinho de missangas que o homem mais bem vestido e engravatado deseja secretamente usar, o fio de ouro com o nome pendurado, a sandália à gaiteira de bairro ou a mão na anca quando nos vão às convicções... A diferença está se atiramos ao lado ou se assumimos e o confundimos com o mais belo outfit da página x da Vogue.

17.5.06

muito by the book... será?

Ouvi dizer que foi vaiado em Cannes... Ron Howard terá perdido a oportunidade de fazer um filme melhor que o livro. Não era difícil.

dois anos

Parabéns a todos os meus leitores, aos fiéis, aos que vieram enganados, aos pouco assíduos e aos que hão-de vir um dia destes. Estes caminhos de Santiago são incertos e cheios de atalhos... A todos os que aqui se perdem um abraço. O meu Código contempla transgressões e não cruza dados dos contribuintes, esta é a única promessa que assumo para o próximo mandato.

15.5.06

self made spa

Choque vitamínico: chocolate, filme, sofá, massagens nos pés e roupa aconchegada na cama. Só isto.

13.5.06

é como o IRS, pago sempre multa

Esta casa foi fundada em 9 de Maio de 2003 e eu não reparei.

O estabelecimento é "apenas" um showroom de Manuel Jorge Marmelo, *escritor que não vive numa casa algures numa costa brava com o barulho das ondas, não fuma cachimbo, não vende direitos para o cinema, não usa máquina de escrever, não vive sem prestar contas ao banco e sem outras banalidades quotidianas como levar os filhos à escola, fazer o jantar, falar de futebol e trabalhar para comprar melões. Não consta que viva da escrita literária, mas devia.

*Descrição cinematográfica de escritor.

no ringue

Maio, mês do coração e... de aparições. Tenho assistido a coisas assombrosas. Como exorcisar incompetentes? As viroses da Primavera são muito perigosas, porque estamos com menos defesas. Só me lembro daquela canção dos The Gift.. I will keep my helmet on.

11.5.06

impressões ao acaso sem qualquer fundamento científico

São coisas que me vêm à cabeça sobre as nossas terras... Outras ouvi dizer. Todas me divertem.

Setúbal - A terra com mais mulheres por metro quadrado.

Coimbra - Os homens são os mais tarados do país e comem as mulheres com os olhos na rua. Ali quase todos têm a mania que falam melhor que todos os outros portugueses... e falam. A ponte nova veio a calhar bem e ultimamente há centros comerciais para todos os gostos. Arranjaram um sítio beira rio a que chamam de Docas. É uma boa terra, mas é cara.

Figueira da Foz - Muita juventude. Têm tendência para casar só com conterrâneos. Armam-se todos em finos. A terra é uma boa terra e não se maça muito com o facto de não ser capital de nada. Estão bem onde estão e sentem-se bem assim, a meio caminho de tudo. O casino é um mamarracho.

Porto - Vestem-se bem para sair à noite. Lisboa é saloia ao pé dos tripeiros carago. É mais barato que a capital. É escura, mas eles querem lá saber disso.

Almada - O lado não é tão errado como dizem. As ruas estão limpas, tem vida própria e grande maioria dos habitantes nem tem de passar a Ponte 25 de Abril para vir trabalhar. As casas não são tão caras como em Lisboa, nem pouco mais ou menos, mas também não são baratas. foi uma pena aquelas torres da Nova Manhatan não irem para a frente... Mas isso sou eu que gosto de modernices.

Trás-Os-Montes - São casmurros e também são tarados, mas disfarçam melhor que os de Coimbra.

Lisboa - É um bidé. A luz é a melhor do país, mas já me cansa tanto paleio à volta disso. DE resto, Lisboa é Lisboa. Ponto final.

Alentejo - It's so big. São casmurros. São amigos. São leais. Não gostam da novidade, seja na comida ou nas estranjeirices e modernices além Alentejo, e só o pão deles é que é bom. São amigos. É a terra onde mais se liga às marcas de roupa. Os novos ricos, e já agora alguns antigos, são os mais insuportáveis do país. Vivam as cooperativas que os big marchés não deram lá conta do recado.

Covilhã - Terra operária e de empresários falidos. Há senhorios que chulam os estudantes, há senhorios porreiros. Grande qualidade de vida para a malta universitária. Boas festas e bons copos. No bar do Partido Comunista há uns anos atrás bebia-se um gin por 150 paus e uma cerveja por 50. Quem chegava "anilhado", vulgo comprometido, em breve lançava a aliança na sarjeta mais próxima à primeira de muitas noitadas. Ali muitos casamentos e uniões de facto uniram o país de Norte a Sul, ilhas incluídas. Tudo o que sobe, desce... Falo das características geográficas da encosta da Serra, claro está.

Se me lembrar de mais digo.

a mulher Pocahontas

Ela sofre mais do que a maioria, mas também consegue viver de momentos, os mais felizes, aqueles que muitas não chegam sequer a almejar. A mulher Pocahontas é rara. Arrisca, vive a 100 ou a zero, oscila entre o preto e o branco, mas veste-se sem pudor de todos as tonalidades de cinzentos. A Pocahontas vê o cinzento onde a maioria vê o vazio, a inconstância e a indefinição. A mulher Pocahontas não foge, os outros é que fogem dela. A mulher Pocahontas dá muito e espera que os outros lhe dêem o mesmo que ela está disposta a dar, só exige o que consegue oferecer. Sofre, mas enquanto não sofre é muito feliz. Bem aventurados os que conquistam uma Pocahontas.

6.5.06

identidade misteriosa

O facto de eu acreditar em anjos, negros e brancos, não necessariamente opostos, passa pelas asas que creio ter dentro mim. Como os loucos, os sábios, os assaltantes de bancos, os nómadas, os peregrinos, as bruxas... Também existe sempre um anjo dentro de nós. Somos tanta coisa e não temos tempo.